Acordo comercial entre UE e Mercosul já causa consequências satisfatórias para Brasil
Segundo chanceler, impacto vai ser positivo em termos de atração de investimentos
Governo
Depois do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul oficializado no último encontro do G20 em Osaka, no Japão, muito se têm comentado sobre investimentos nos países que fazem parte desse 'novo bloco comercial'. À ocasião, marcada também pelo clima de guerra comercial entre Estados Unidos e China, e de pautas climáticas, trouxe para o Brasil, a expectativa de uma nova fase para mercado de compra e venda.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o acordo, anunciado na semana passada, já começa a surtir efeitos positivos, apesar de ainda precisar ser ratificado por cada uma das 32 nações envolvidas.
“Mesmo antes da entrada em vigor do acordo, que deve levar algum tempo, já estamos começando a detectar impacto muito positivo em termo de atração de investimentos. Os investidores já enxergam o país de uma maneira completamente diferente e já vão começar a se posicionar aqui em função desse acesso preferencial que nós ganhamos ao mercado europeu”, afirmou durante live semanl com o presidente Jair Bolsonaro.
Ernesto Araújo disse também que projeta acelerar a vigência do acordo, pelo lado brasileiro, assim que ele for aprovado pelo Congresso Nacional.
“Vamos tentar que, dentro do Mercosul, a gente tenha um arranjo para que possa entrar em vigor assim que for aprovado em cada um dos parlamentos do bloco. Do lado da União Europeia não é possível essa entrada individual, mas do nosso lado é possível, vamos trabalhar para que isso possa ser feito dessa maneira, para que essas vantagens comecem a resultar o rápido possível”, acrescentou.
O acordo, enfim firmado, cobre tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, medidas sanitárias, entre outros. Segundo os termos indicados, produtos agrícolas de grande interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, como o suco de laranja. Os exportadores nacionais obterão ampliação do acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros produtos. O mesmo acordo reconhecerá como distintivos do país do futebol vários produtos, como cachaças, vinhos e cafés.
Vale destacar também, que as empresas do país serão beneficiadas com a anulação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. A indústria do 'velho mundo' também terá as tarifas eliminadas para vendas ao Mercosul, mas de forma ordenada ao longo dos anos. O acordo garantirá ainda acesso efetivo em diversos segmentos de serviços, como comunicação, construção civil, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros. Em compras públicas, empresas nacionais abterão acesso ao mercado de licitações da UE, elevado em US$ 1,6 trilhão