Aprosoja MT avalia como inefetivas as mudanças atualizadas pela MP nº 1.328/2025
A medida altera dispositivos da MP nº 1.314/2025, ampliando o período das operações passíveis de liquidação por meio de crédito rural para contratos firmados entre 1º de julho de 2024 e 30 de junho de 2025
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) avalia que a Medida Provisória (MP) nº 1.328/2025, apesar de atualizar regras de acesso ao crédito rural para produtores e cooperativas afetados por eventos climáticos, ainda não apresenta efetividade prática para atender a realidade do produtor mato-grossense, que enfrenta alto nível de endividamento.
A medida altera dispositivos da MP nº 1.314/2025, ampliando o período das operações passíveis de liquidação por meio de crédito rural para contratos firmados entre 1º de julho de 2024 e 30 de junho de 2025, inclusive operações renegociadas ou prorrogadas. O texto também ajusta o marco de inadimplência e mantém o enquadramento restrito a produtores e cooperativas que comprovem perdas em duas ou mais safras entre 1º de julho de 2020 e 30 de junho de 2025.
Para a Aprosoja MT, o endividamento rural no estado exige soluções compatíveis com a realidade das propriedades. A entidade tem alertado o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e o Ministério da Fazenda de que critérios baseados em recortes territoriais e percentuais médios de perdas acabam excluindo produtores com prejuízos reais, defendendo a adoção de análise individualizada, fundamentada em documentação técnica.
A preocupação é reforçada por dados do Banco Central, que apontam que quase 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, cerca de R$14 bilhões, está em atraso ou em renegociação, evidenciando risco de agravamento da crise de liquidez no campo.
Embora a MP nº 1.328/2025 também institua programa de financiamento para renovação da frota de caminhões, a Aprosoja MT destaca que, no ponto mais sensível ao produtor rural (o acesso efetivo às linhas de crédito para liquidação ou amortização de dívidas decorrentes de eventos climáticos adversos) as mudanças anunciadas ainda não se converteram em avanço concreto para Mato Grosso.
Sem ajustes que garantam maior capilaridade, análise técnica individualizada e efetiva operacionalização no sistema financeiro, a entidade reforça que o refinanciamento climático continuará sendo, para o produtor mato-grossense, uma medida mais robusta no discurso do que efetiva no campo.
Fonte: Aprosoja MT



