Ataque no Oriente Médio afeta mercado financeiro
Petróleo foi a que mais sentiu os efeitos da tensão
Depois do ataque norte-americano ao Oriente Médio, mercados globais foram afetados nesta sexta-feira. Bolsas europeias e americanas foram impactadas negativamente e houve corrida para moedas consideradas mais seguras como o iene japonês e o franco suíço. Neste cenário, as moedas de países emergentes, como o real, recuaram. O dólar avançou mais de 1% durante a sessão de sexta-feira e encerrou o dia com uma alta de 0,74% frente à moeda brasileira, aos R$ 4, 05. O Ibovespa, principal índice da B3, passou o dia pressionado pelo chamado movimento de aversão ao risco e reduziu as perdas ao fim da sessão.
Entre as commodities, o petróleo foi a que mais sentiu os efeitos da tensão, com altas superando os 4% nas bolsas de Londres e Nova Iorque. O barril do Brent , usado como referência pela Petrobras, subiu 3,5% a US$ 68,60 e, o barril do WTI, avançou 2,99% a US$ 63,00. Também teve corrida para comprar ouro que já vinha valorizado nas últimas seis semanas.
No Brasil e no mundo, ações de companhias aéreas registram quedas em função de um possível aumento no preço dos combustíveis. A Arábia Saudita é o maior produtor mundial de petróleo. O fato aumenta o receio por temores de uma recessão na economia mundial causada pela tensão geopolítica.
O Irã é um importante importador de produtos brasileiros especialmente aqueles ligados ao agronegócio. O impacto poderá ser sentido, principalmente, no preço do diesel no Brasil, resultando em acréscimo do preço de diferentes produtos. O presidente Jair Bolsonaro chegou a procurar a Petrobras para discutir o assunto.
Entenda o caso
O ataque aéreo americano que matou o general da Guarda Revolucionária Iraniana, Qassem Soleimani, considerado o militar mais influente do país, foi autorizado pelo presidente Donald Trump e aumenta as tensões geopolíticas no Oriente Médio em um ano de eleições norte-americanas. A justificativa para o ataque aéreo foi o receio de outro ataque que envolveria norte-americanos em regiões no Oriente Médio. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu represálias.