Aumento da oferta provoca queda de preços de hortaliças
Alface, batata, cenoura e tomate são os produtos que mais reduziram os valores em maio
Dados do 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro, divulgado hoje (15) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indicam que as cotações das frutas e hortaliças em maio sinalizam boas notícias para os consumidores brasileiros. O movimento preponderante dos preços da alface, da batata, da cenoura e do tomate foi de queda na maioria das Centrais de Abastecimento. Esse cenário contribuiu também com a baixa de preços nos mercados de alguns estados, conforme aponta o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), publicado no dia 9 de junho.
O motivo dos valores mais em conta, segundo o estudo, foi o aumento da oferta dessas hortaliças, principalmente da batata, cujo volume disponível aumentou cerca de 13%, apresentando queda de preços pela primeira vez no ano.O abastecimento dos mercados continuou a ser realizado pelos estados de Minas Gerais, Paraná e Bahia, com destaque para a oferta baiana, que aumentou 110% em relação a abril.

Foto: Pixabay
Em algumas Ceasas, os preços já demonstram queda em junho, especialmente pelo aumento das produções locais ou próximas a elas. No mercado de Juazeiro/BA, por exemplo, o preço médio neste mês está 7% abaixo da média de maio. Já na Ceasa/DF - Brasília, a cotação do tubérculo está 40% abaixo em relação à média do mês passado, influenciado pelo aumento da safra goiana, que se concentra na microrregião do entorno de Brasília, essencialmente no município de Cristalina (GO).
O tomate também retrocedeu ao movimento de alta devido a ampliação de 15% da oferta em quase todos os estados produtores, o que resultou em uma contração significativa do preço final na maioria dos mercados analisados no último mês. O destaque ficou para Vitória (ES), que apresentou redução de 46%, e para o Rio de Janeiro, que registrou queda de 39%, com preços médios de R$ 4,31 e R$ 4,46 o quilo, respectivamente.
Da mesma forma, a cenoura obteve quedas acima de 40% em maio, depois da escalada de alta nos três primeiros meses do ano. A oferta elevada em 25% relativa a abril influenciou na baixa dos preços, principalmente em Brasília (DF) cuja redução foi de 58%, e o produto foi vendido, em média, a R$ 3,94/kg. Em Curitiba (PR) o preço da cenoura caiu 53%, sendo cotado a R$ 2,37/kg.
Cebola em alta

Foto: Paula Rodrigues/Embrapa
De acordo com o boletim da Conab, apesar dos bons preços na maioria das hortaliças, a cebola, com boa parte importada e oferta reduzida, manteve a tendência de alta
em maio. No entanto, o mês de junho já sugere mudanças, uma vez que o novo quadro de oferta nacional deve permanecer no mercado até o final do ano e vem provocando uma baixa das cotações desde o início do mês na maioria dos mercados.
Na Ceagesp/SP, a queda chega a 11% em relação à média de maio. Na Ceasa/AL a diminuição é de 25%, enquanto na CeasaMinas e na Ceasa/RJ o decréscimo é de quase 15%.
Frutas
O Boletim Prohort mostra ainda que, dentre as frutas analisadas no mês de maio, a laranja e a maçã não tiveram um comportamento uniforme, enquanto a banana, o mamão e a melancia tiveram tendência de queda. Com percentuais negativos em Brasília/DF (35%) e Recife/PE (19%), a banana foi vendida a R$ 3,64 e R$ 1,70 o quilo, respectivamente. Em relação ao mamão, as maiores quedas ocorreram em Brasília/DF (39%) e Goiânia/GO (19%), com preços médios de R$ 4,74/kg e R$ 3,47/kg. Já a melancia ficou mais barata em Brasília/DF (34%) e Goiânia/GO (14%), vendida a R$ 1,58 e R$ 1,74/Kg.
Prohort
As informações coletadas pela Conab no Boletim Prohort compõem uma base de dados considerada a maior e de maior alcance do país, com informações de 117 frutas e 123 hortaliças, somando mais de mil produtos e suas variedades. O levantamento dos dados estatísticos que possibilitaram a análise deste mês foi realizado nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC.
Com informações da Conab
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