Aves natalinas lideram alta e ceia fica mais salgada para o brasileiro, aponta estudo da Neogrid

Novo levantamento da empresa indica alta de até 65,3% em itens tradicionais, com aves e oleaginosas no topo das variações

16/12/2025 às 14:23 atualizado por Redação - SBA
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Com a proximidade do fim do ano, a procura por itens tradicionais da ceia de Natal volta a movimentar as gôndolas dos supermercados. Em 2025, porém, o jantar natalino deve ficar mais caro para o consumidor. É o que aponta um novo estudo da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados voltado à gestão da cadeia de consumo, que analisou os produtos mais buscados pelos brasileiros e identificou altas de até 65,3% nos preços em relação ao ano passado – puxadas principalmente pelas aves típicas do período.

Segundo o novo levantamento, as aves natalinas no geral registraram alta de 42,8%, passando de R$ 44,01 em outubro de 2024 para R$ 62,88 no mesmo mês deste ano. Em especial, o peru ficou 65,3% mais caro, saltando de R$ 22,52 para R$ 37,23. Outros cortes, como o pernil, seguiram a mesma tendência e o preço médio subiu de R$ 34,50 para R$ 37,96 na comparação anual.

De forma similar, o bacalhau dessalgado e congelado subiu 17,8%, passando de R$ 126,61 para R$ 149,26, enquanto o bacalhau salgado e seco apresentou alta ainda maior - de 22,2%, partindo de R$ 72,44 para R$ 88,57.

Alternativas mais em conta

Por outro lado, a pesquisa indica que o lombo suíno pode se tornar uma das proteínas mais vantajosas para o consumidor, com queda de 12,6% no preço médio – saindo de R$ 32,94 para R$ 28,76. De acordo com o estudo, os azeites caminham para um cenário mais favorável ao consumidor, com o azeite de oliva virgem recuando 20,5% e o extra virgem caindo 17,4%.

Segundo o levantamento, fatores como variações climáticas, redução da produção nacional e alta do dólar com foco maior nas exportações ajudam a explicar as oscilações observadas nos preços. “Percebemos que as cadeias produtivas estão respondendo de maneira muito diferente às pressões do mercado”, afirma Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos da Neogrid.

“Enquanto algumas proteínas lidam com custos de reposição mais altos e uma oferta que não acompanha a demanda, o que naturalmente puxa a alta dos preços, outras, como o lombo suíno, demonstram maior capacidade de estabilização ao longo do ciclo”, analisa Fercher. “Essa assimetria traduz porquê não estamos diante apenas de um Natal mais caro, mas de um período em que o consumidor encontrará comportamentos de preço muito distintos dentro da mesma cesta.”

Oleaginosas sobem e elevam custo premium da mesa

As oleaginosas seguem como um dos principais vetores de pressão na ceia, com aumentos relevantes na comparação anual. As amêndoas lideram, com salto de 20,1% (de R$ 161,33 para R$ 193,74), seguidas pelas castanhas, que avançaram 19,7%.

O mix de castanhas, opção comum em aperitivos e sobremesas, subiu 13,4%, ao passo que as nozes tiveram alta de 6,7%. No geral, a categoria permanece como uma das que mais pesam no bolso, com um único respiro: o pistache, que registrou leve queda de 0,5%, indo de R$ 244,49 para R$ 243,31. Mesmo com a redução, o pistache segue como o item mais caro do grupo.

Entre os ingredientes usados em panetones, bolos e demais preparações festivas, as frutas cristalizadas avançaram 11,3%, e a uva-passa subiu 8,7%, chegando a R$ 75,18 por quilo.

Bebidas mostram movimento misto

Já na categoria de bebidas, o levantamento da Neogrid indica um cenário de contrastes. O espumante sem álcool apresentou a maior variação positiva do grupo, com alta de 13,6% – passando de R$ 36,95 para R$ 41,99. A sidra também avançou, embora em ritmo mais moderado (4,7%).

Na direção oposta, os espumantes nacionais e importados ficaram mais acessíveis este ano. O nacional recuou 9%, com o preço médio descendo de R$ 85,28 para R$ 77,54, enquanto o importado caiu 6,3% (de R$ 155,01 para R$ 145,11). O comportamento sugere uma oportunidade para quem busca versões premium por valores mais competitivos em relação a 2024.

Entre os vinhos, o tipo fino nacional incrementou 9,9% (de R$ 45,31 para R$ 49,81), seguido pelo importado, que avançou 4,1% (de R$ 65,85 para R$ 68,60), e pelo vinho de mesa, com elevação de 5,1%, alcançando R$ 26,50. Nas cervejas, a clara cresceu 4,7%, enquanto a escura (1,9%) e a sem álcool (1,8%) praticamente se mantiveram estáveis.

Informações: Assessoria de Imprensa