Café em alta: Preços disparam com preocupações climáticas

Quebra de safras futuras impulsiona cotações e traz incertezas para o mercado cafeeiro

23/09/2024 às 17:10 atualizado por Roberta Martins - SBA
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O mercado cafeeiro continua reagindo às preocupações sobre a produtividade das safras futuras. Nesta segunda-feira (23), os preços do café dispararam, impulsionados pelo temor de que condições climáticas adversas nos principais países produtores resultem em uma produção significativamente menor. Especialistas já preveem uma possível quebra de até 20% para 2025.

Dados da Bloomberg indicam que a produção de café no Vietnã pode cair entre 10% e 15%. Trinh Duc Minh, presidente da Associação de Café Buon Ma Thuot, alertou que "os extremos climáticos e a diminuição das áreas cultiváveis impactarão negativamente a colheita do país nesta temporada".

Diante desse cenário, o café arábica fechou o pregão com um aumento de 1.290 pontos, sendo negociado a 263,65 cents/lbp para o vencimento de dezembro de 2024. O contrato de março de 2025 viu uma valorização de 1.265 pontos, alcançando 261,30 cents/lbp, enquanto o de maio de 2025 subiu 1.235 pontos, atingindo 258,80 cents/lbp.

No mercado do robusta, os preços também se valorizaram, com o contrato de novembro de 2024 a US$ 5.276 por tonelada, um aumento de US$ 217. Para janeiro de 2025, a cotação é de US$ 5.003 por tonelada, com um aumento de US$ 200, e março de 2025 atingindo US$ 4.816, com um aumento de US$ 202.

As chuvas no Brasil têm ficado abaixo da média e já prejudicaram os cafeeiros durante o crítico estágio de floração. Segundo o Escritório Carvalhaes, a regularização das chuvas nos cafezais poderá amenizar os danos, mas não reverterá as perdas já ocorridas.

No mercado físico brasileiro, os produtores continuam a realizar hedge, enquanto os preços testam máximas nas cotações. O Café Arábica Tipo 6 encerrou a segunda-feira (23) com uma alta de 4,29% em Guaxupé/MG, sendo cotado a R$ 1.460,00 por saca. Campos Gerais/MG registrou alta de 4,17%, atingindo R$ 1.500,00, enquanto Franca/SP apresentou um aumento de 3,33%, com o valor de R$ 1.550,00 por saca.

O Cereja Descascado também teve um bom desempenho, com alta de 3,99% em Guaxupé/MG, cotado a R$ 1.562,00 por saca, e 1,91% em Poços de Caldas/MG, a R$ 1.600,00 por saca. Em Varginha/MG, a valorização foi de 0,96%, alcançando R$ 1.575,00 por saca.

 

Fonte: Notícias agrícolas