Câmara Setorial de Florestas Plantadas avalia novas formas de produção sustentável
Reunião do setor foi realizada na terça-feira (18/11) e um dos assuntos foi a produção de extrato pirolenhoso
O debate sobre a produção de extrato pirolenhoso – um produto ácido que vem sendo usado como insumo agrícola – foi um dos temas da reunião da Câmara Setorial de Florestas Plantadas realizada nesta terça-feira (18/11) em formato híbrido. Representantes do setor da silvicultura, também discutiram o encaminhamento de uma possível Instrução Normativa (IN) de monitoramento de pragas florestais, discussão sobre o Programa de Fomento Florestal e o cadastro de propriedades rurais que produzem florestas plantadas.
A produção de extrato pirolenhoso, associado à produção de carvão vegetal para churrasco em fornos, foi apresentado pelo coordenador regional de Lajeado da Emater/RS-Ascar, Fábio André da Encarnação, que mostrou o sistema de condensação que contribui para o controle de emissão de fumaça produzida pela queima da madeira na produção de carvão vegetal de acácia-negra e eucalipto.
Esse sistema de condensação consiste no resfriamento da fumaça em três câmaras com chaminés conhecido como “Sistema Brochier”, que minimiza a emissão dos gases. Como resultado, a contensão da fumaça em sistemas de fornos tradicionais transforma este resíduo em extrato pirolenhoso – que é um produto ácido que vem sendo usado como insumo agrícola, como um bioestimulante natural para aumentar o desenvolvimento das plantas, controlar pragas e doenças, em esterqueiras para o controle dos odores e controle de moscas, entre outros usos.
Cadastro Florestal dos produtores de carvão vegetal
De acordo com o coordenador de cadastros florestais da Divisão de Florestas Plantadas da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Fabrício Azolin, o atual Cadastro Florestal dos consumidores poderá incluir a atividade de produção de extrato pirolenhoso, como produto agrícola não madeireiro, associado aos cadastros dos produtores de carvão vegetal, mediante IN específica, para reconhecimento da atividade e geração das estatísticas de produção.
Sobre a minuta da IN apresentada sobre vigilância de pragas, Azolin destacou a sua importância para a retomada do monitoramento da presença das pragas florestais, ressaltando a relevância econômica, aliada aos cadastros dos plantios florestais. O coordenador da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Jorge Heineck, analisou questões técnicas e práticas contidas no Plano Estadual para Qualificação e Desenvolvimento do Setor de Florestas Plantadas do Rio Grande do Sul (Qualisilvi-RS) com foco na prevenção sanitária de florestas plantadas, como por exemplo, no combate ao cascudo serrador, vespa-da-madeira e outras pragas que podem atingir os plantios. A IN ainda tramitará internamente.
Heineck também mencionou durante a reunião sobre projeto de lei que tramitam na Assembleia Legislativa para simplificar os plantios de florestas plantadas para os pequenos, médios e grandes produtores. O objetivo é facilitar o plantio de florestas para fins econômicos através de um cadastro florestal em substituição ao licenciamento atualmente realizado pelo órgão ambiental.
Participaram da reunião as seguintes entidades: Associação Gaúcha de Florestadores (Agaflor), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Fundo de Controle de Pragas Florestais (Funcema); Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do RS (Emater/RS-Ascar), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Associação dos Produtores de Carvão Vegetal (Apecave) e Seapi.
Fonte:Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação



