China prorroga investigação sobre importação de carne bovina até janeiro de 2026

A decisão é do Ministério do Comércio da China e foi divulgada em comunicado nesta terça-feira

25/11/2025 às 08:53 atualizado por Isadora Duarte - Estadão
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Brasília, 25 – O governo chinês prorrogou novamente por dois meses o prazo de sua investigação sobre importações de carne bovina, iniciada no fim de 2024. O prazo foi ampliado para até 26 de janeiro de 2026, em virtude da “complexidade do caso”. A decisão é do Ministério do Comércio da China e foi divulgada em comunicado nesta terça-feira.

A investigação foi iniciada pelo governo chinês em 27 de dezembro de 2024. Inicialmente, seria concluída até 6 de agosto de 2025, mas foi prorrogada para 26 de novembro e agora adiada por dois meses. Neste período, o governo chinês tem realizado uma série de audiências com os países fornecedores da carne bovina – incluindo setor privado e governo.

O resultado da investigação é aguardado pela indústria brasileira, já que o processo pode resultar na aplicação de medidas de salvaguardas contra os países exportadores. O Brasil é o maior exportador da proteína para lá. Entre as medidas possíveis a serem adotadas, o governo chinês pode limitar a importação de carne bovina ou aplicar sobretaxas (tarifas adicionais) sobre o comércio da proteína vermelha.

Desde que foi anunciada, a medida causou temores de que a investigação poderia levar a uma redução das importações, a fim de proteger a produção local, o que afetaria importantes países exportadores, como Brasil e Estados Unidos. Em comunicado de dezembro, o ministério disse que as importações de carne bovina cresceram 64,93% entre 2019 e 2023, e mais que dobraram (106,28%) no primeiro semestre de 2024, ante igual período de 2019. Enquanto isso, o mercado doméstico viu sua participação cair, com as importações representando 43,87% da produção total no período analisado, ante 24,87% em 2019.