Clima desfavorável e greening resultam em menor colheita de laranja desde 88/89

O polo produtor de São Paulo e Triângulo Mineiro deve colher 232,38 milhões de caixas, sendo esta a menor produção desde 1988/89

17/05/2024 às 09:19 atualizado por Luiza Vonghon - SBA
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Ainda que agentes do setor citrícola nacional consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) já esperassem menor colheita de laranjas na safra 2024/25, a expressiva queda de 24,4% na produção frente à temporada anterior, apontada neste mês pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), surpreendeu. 

Dados da Fundecitrus mostram que o polo produtor de São Paulo e Triângulo Mineiro deve colher 232,38 milhões de caixas, sendo esta a menor produção desde 1988/89. A expressiva redução se deve ao clima desfavorável, altas temperaturas e déficit hídrico, e à maior incidência de HLB (greening) nos pomares. 

Diante da baixa oferta de frutas em 2024/25, cálculos do Hortifrúti/Cepea indicam que, ao fim da safra, em junho de 2025, os estoques de suco de laranja nas processadoras brasileiras podem zerar, mesmo considerando-se uma redução no volume exportado ao longo da temporada e uma provável diminuição da participação do mercado de mesa. 

Pesquisadores do Cepea ressaltam que, caso este cenário se confirme, o abastecimento global de suco de laranja estará comprometido, até mesmo porque o Brasil não tem concorrentes com produção relevante o suficiente para compensar o déficit na oferta nacional. 

Como o mercado de laranjas para a indústria já vinha sinalizando um cenário de oferta inferior à demanda neste ano, levantamento do Cepea mostra que os preços no spot e para os novos contratos para 2024/25 operam, desde o início de 2024, em patamares recordes reais no Brasil. 

 

Informações:  Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada