Conab e UnB iniciam piloto para monitorar produção de alimentos orgânicos, agroecológicos e da sociobiodiversidade
Iniciativa visa coletar dados diretamente de produtores e extrativistas por meio de WhatsApp, com foco na segurança alimentar e fortalecimento dos mercados
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Gestão e Inovação da Agricultura Familiar da Universidade de Brasília (Cegafi-UnB) lançaram o projeto Monitora Safra Saudável, com o objetivo de monitorar a produção de alimentos orgânicos, agroecológicos e provenientes da sociobiodiversidade no Brasil. A iniciativa visa gerar dados para auxiliar na criação de políticas e programas que fortaleçam esses mercados e promovam a segurança e soberania alimentar.
“A partir desta iniciativa, espera-se obter um panorama da atual situação da produção orgânica, agroecológica e da sociobiodiversidade no país. Esses dados irão auxiliar na criação de políticas e programas mais assertivos, a fim de investir em estratégias para fortalecer seus mercados e fomentar as ações de segurança e soberania alimentar”, explica o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto.
A principal inovação do projeto é o uso de WhatsApp para coletar informações diretamente dos agricultores e extrativistas. Após receberem um convite via mensagem, os produtores poderão responder a um questionário de aproximadamente cinco perguntas, no momento que considerarem mais conveniente, sem precisar interromper suas atividades.
“Esta configuração torna a produção de dados muito mais ágil e econômica, além de mais confortável para os agricultores, que podem agora escolher o momento mais conveniente para responder às perguntas, sem precisar interromper suas jornadas para receber um pesquisador.”, diz o professor e coordenador do Cegafi-UnB, Mário Ávila.
Além da agilidade e economia, a abordagem permite maior conforto para os produtores. Organizações sociais e agentes de campo terão um papel fundamental na mobilização e validação dos dados. O sucesso da pesquisa depende do engajamento dos produtores, sendo que o suporte estará disponível caso surjam dúvidas ou inseguranças.
“Um dos pontos sensíveis do projeto é o engajamento e adesão dos produtores ao questionário via tecnologia chatbot. Por isso, a mobilização e articulação nas bases será estratégica de modo a passar confiança para os produtores, a fim de garantir a resposta dos questionários e assegurar a manutenção do engajamento das pessoas ao longo de toda a duração da pesquisa”, destaca o coordenador do projeto, Mauro Del Grossi.
Tendo em vista o grande número de golpes e fraudes que acontecem hoje na internet, é importante que os respondentes fiquem atentos a qualquer pedido que fuja do espectro da pesquisa, uma vez que não serão solicitados dados sensíveis (CPF, renda, dados bancários, endereço) ou mesmo o pedido de pagamentos. Sempre que o respondente se sentir inseguro, poderá acionar o suporte da pesquisa pelo próprio chat, digitando AJUDA, ou, se preferir, escrever para comunica@cegafiunb.com.
O projeto será iniciado com um estudo-piloto com agricultores agroecológicos do Polo da Borborema (PB) e extrativistas da Amazônia. A previsão é que o monitoramento se estenda a todo o território nacional nos próximos dois anos.
Informações: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)