Emater/RS: estresse térmico e transição de pastagens marcam cenário da produção de leite

As altas temperaturas têm exigido ajustes no manejo dos rebanhos leiteiros no Rio Grande do Sul

19/12/2025 às 10:02 atualizado por Redação - SBA
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Em função das altas temperaturas registradas nos últimos dias, típicas do período, produtores têm mantido os ventiladores ligados por mais tempo nos ambientes de produção, com apoio de aspersores instalados nos corredores próximos aos cochos, como estratégia para reduzir o estresse térmico dos animais.

Em algumas localidades, observou-se leve aumento na produção de leite. Em outras, entretanto, persistiram dificuldades relacionadas à transição entre pastagens de inverno e de verão, o que tem exigido maior uso de concentrados e silagem na alimentação das vacas em lactação.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os rebanhos ainda sentem os efeitos dessa transição entre pastagens. Apesar disso, houve melhora nas condições de conforto térmico dos animais e no nível de água disponível nos bebedouros.

Na região de Caxias do Sul, a produtividade permanece estável, sustentada pela oferta de alimento de qualidade, com destaque para a silagem de milho. Foram registrados casos pontuais de mastite, controlados com o uso de antibióticos. Em função das temperaturas elevadas, algumas propriedades acionaram ventiladores e aspersores para mitigar o estresse térmico.

Em Erechim, observou-se bom desempenho geral dos rebanhos, favorecido pela adequada disponibilidade de água e de matéria verde, o que reduziu a necessidade de utilização de alimentos conservados, como silagens, fenos e pré-secados. Ainda assim, as temperaturas mais altas intensificaram o estresse térmico, levando os produtores a redobrar os cuidados. A confirmação de casos recentes de raiva na região resultou no reforço da vigilância sanitária e da vacinação nas propriedades próximas aos focos da doença.

Na região de Frederico Westphalen, a produção apresentou leve incremento, impulsionado pela melhoria das pastagens e pela ampliação do tempo de pastejo noturno. Em alguns estabelecimentos, segue sendo necessário o fornecimento suplementar de concentrados energéticos e proteicos, ao menos até que as pastagens anuais e perenes de verão estejam plenamente aptas ao pastejo.

Em Passo Fundo, a produção está dentro do esperado, em função da ampla disponibilidade de alimentos. Do ponto de vista sanitário, observou-se aumento na população de mosca-dos-chifres e carrapatos em determinadas áreas, o que tem exigido maior atenção ao controle dos rebanhos.

Na região de Porto Alegre, a disponibilidade de forragem ainda não foi restabelecida, mantendo a necessidade de oferta de suplementos alimentares aos animais.

No que se refere à comercialização, levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar apontou que o preço médio mensal do litro do leite no Estado registrou queda de 6,76% em relação ao mês anterior, alcançando R$ 2,07. As variações nos preços pagos aos produtores estão associadas a diferentes fatores, como o volume comercializado e as bonificações por quantidade e qualidade do leite, conforme os parâmetros normatizados.

Fonte: MILKPOINT