Exportação de frutas registra melhor outubro em dez anos com vendas de US$ 177,5 milhões

Em volume, Brasil alcançou de janeiro a outubro deste ano o total exportado em todo o ano passado, 1 milhão de toneladas

17/11/2025 às 13:20 atualizado por Redação - SBA
Siga-nos no Google News



 

Tomaz Silva/Agência Brasil

As exportações de frutas brasileiras registraram em 2025 o melhor mês de outubro dos últimos dez anos, com valor de US$ 177,5 milhões em vendas para o mercado externo, 4,6% acima dos US$ 169,7 milhões comercializados no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Comex Stat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Na última década, apenas o mês de novembro do ano passado superou esse valor, com US$ 217 milhões de faturamento na exportação do segmento, que inclui frutas e nozes (não oleaginosas) frescas ou secas.

Em outubro deste ano, foram embarcadas para o exterior 209,4 mil toneladas de frutas, que representaram 2,61% das exportações do setor agropecuário. Mesmo com os números tímidos, o segmento é o quinto no ranking de exportações agropecuárias do Brasil. Em termos de volume, o Brasil já alcançou de janeiro a outubro deste ano o total exportado em todo o ano passado, um milhão de toneladas de frutas, segundo as informações do Comex Stat.


Em valor, as exportações de frutas somaram US$ 1 bilhão de janeiro a outubro deste ano, ante US$ 1,2 bilhão faturado pelo setor em todo o ano passado. Em 2024, as frutas representaram 1,66% das exportações do setor agropecuário do Brasil, quinta posição no ranking.

“Mesmo com todas as crises enfrentadas este ano pelos fruticultores, o fôlego nas exportações foi mantido, mostrando que o campo brasileiro é resiliente e está preparado para enfrentar os desafios do mercado, e também do clima. A fruticultura é um dos pilares do agronegócio nacional tanto do ponto de vista interno quanto das exportações, contribuindo de forma expressiva para o PIB agropecuário”, afirma o country director da Ascenza Brasil, Renato Francischelli.

Quatro estados do Nordeste responderam por 84,3% das frutas exportadas pelo Brasil em outubro deste ano, em valores, segundo o Comex Stat. Pernambuco liderou a lista e foi responsável por 31,6% dos valores exportados, somando US$ 56,1 milhões. Bahia exportou US$ 38,6 milhões (21,8%), seguido de Rio Grande do Norte, com US$ 36,1 milhões (20,3%), e Ceará, que registrou US$ 18,8 milhões (10,6%).

A Europa foi o principal destino das exportações de frutas nacionais, somando 66,4% do valor de exportação. A Holanda foi o destino internacional que mais gastou com a compra de frutas brasileiras em outubro, US$ 71,7 milhões, 40,4% do total exportado, indica o Comex Stat. Em seguida vieram Reino Unido, com US$ 31,2 milhões e 17,6% do valor exportado, e Espanha, com US$ 14,9 milhões e 8,4% do valor.

Os Estados Unidos, que reduziram no fim da semana passada as tarifas de importação de frutas, entre outros 200 itens, de 50% para 40%, ficaram pouco acima da Espanha em outubro, compraram US$ 15,5 milhões em frutas brasileiras, 8,7% do total de outubro. Na América do Sul, a Argentina foi o principal comprador, com US$ 8,5 milhões, 4,8% do valor das exportações do segmento.


 

Foto: Agência Gov.br
 

Mercado promissor

O country director da Ascenza comenta que boa parte das frutas exportadas pelo Brasil são de propriedades rurais familiares. Para ingressar nesse mercado, explica Francischelli, é preciso saber quais países importam e que regras devem ser seguidas. “Produzir com foco em exportação faz o produtor pensar além apenas do mercado interno e isso pode garantir acesso a preços melhores, margens maiores e estabilidade”, comenta.


Entre as exigências do mercado internacional de frutas estão aderir a boas práticas de produção e rastreabilidade e entregar frutas de boa qualidade. Essas boas práticas devem estar presentes em todos os processos, passando por cultivo, colheita, pós-colheita, embalagens e respeito às exigências fitossanitárias, como os limites de resíduos.


De acordo com o diretor da Ascenza, o produtor pode agrupar-se ou cooperar para ganhar escala e reduzir custos, já que a logística de exportação é um desafio para produtos perecíveis. Selecionar as culturas adequadas e diversificar ajudam a entender o mercado externo e reduzir eventuais riscos, aponta.

“Frutas destinadas à exportação precisam manter qualidade, frescor e aparência também depois da colheita, durante transporte e armazenamento”, alega Francischelli. Ele indica planejar bem a produção e seguir um calendário adequado, que inclui evitar superprodução.