Frigoríficos saem do mercado, mas tendência são de altas mais fortes no mercado do boi
Pecuária
Novembro tem sido marcado por fatos históricos na cadeia produtiva da carne bovina. Pelo menos três elementos sugerem uma nova realidade na comercialização do gado gordo. A chegada ao valor de R$ 300 por arroba de boi em São Paulo, a esperada e ensaiada saída da indústria frigorífica da ponta compradora (esperando um reposicionamento para baixo no valor do boi) e o contra-ataque dos pecuaristas brasileiros que também saíram do mercado com o posicionamento “porteira trancada”.
Em relação ao mercado, não há nenhuma dúvida. A indústria não suporta a queda de braço por muito tempo. Na última semana, ao bater valores nunca vistos, mas esperados e justos para a comercialização de gado pronto, (essencialmente no dia 12, quinta-feira), tivemos uma sexta-feira 13, com a saída quase que por completo da ponta compradora do negócio.
Mesmo assim, a Scot Consultoria informou altas em pelo menos 15 praças. Contudo, a liquidez é de fato baixa.
Sem embargos, a equipe do AgriculturaBR acredita que a indústria busca uma tentativa de evitar picos mais altos, mas não possui grandes argumentos para segurar a elevação.
Do lado do pecuarista, (que já viveu situações bem complicadas com os negócios nos últimos 16 anos, desde a fusão das grandes indústrias, formação de cartel, ciclos de baixas e programas de incentivo que no final penalizam o gado do produtor) nunca teve tanta ferramenta para estratégia de negócios: tem suporte de rentabilidade maior, no sistema de produção até consegue segurar um pouco - há muita escassez de gado pronto, sabe que não existe gado de confinamento para entrar no mercado, e também que os contratos com os importadores chegam para as indústrias e, uma eventual falta de carne bovina no mercado doméstico, pressiona ainda mais o próprio elo da indústria.
Portanto e, por enquanto, porteiras fechadas.