Genial Investimentos lança consórcio para aquisição de boi

A Genial Investimentos segue os passos de outras instituições financeiras do país, no projeto de aproximar o mercado de capitais do agronegócio, e lança, nesta segunda-feira (28/4), a plataforma de serviços Agrobank, durante a Agrishow 2025, em Ribeirão Preto (SP). O diferencial da plataforma é um produto inédito: o consórcio para aquisição de boi.

A ideia surgiu há um ano, justamente em conversas de executivos da empresa com pecuaristas e leiloeiros na Agrishow de 2024. Segundo Ighor Felipe, diretor de novos negócios B2B da Genial, havia uma demanda por instrumentos financeiros mais modernos e adaptados à realidade da pecuária. “É um mercado que movimenta bilhões de reais, mas ainda opera com mecanismos de financiamento e compra bastante arcaicos”, afirma.

O novo consórcio permitirá ao pecuarista duas estratégias distintas: planejamento de rebanho ou alavancagem. No primeiro caso, o produtor poderá diluir o custo da aquisição ao longo do período de engorda dos bezerros — que varia de 18 a 36 meses —, renovando seu rebanho com a venda dos primeiros animais.

Na outra opção, o pecuarista poderá dar um lance em uma carta de crédito superior ao valor que tem em caixa. “Supondo que o pecuarista tenha R$ 500 mil, ele pode fazer um lance e conseguir uma carta de R$ 1 milhão. Nesse caso, comprará o dobro de animais e pagará com calma o restante das parcelas”, exemplifica o executivo.

Administrado pela Ademicon, o consórcio terá cotas entre R$ 300 mil e R$ 600 mil, com taxa de administração anual de 18%. “Estudamos os gastos médios dos pecuaristas para compra de bois magros e chegamos a esses valores. As mensalidades ficarão entre R$ 8 mil e R$ 16 mil”, acrescenta Felipe.

A Genial, que nasceu como um banco de investimento do Brasil Plural, tem hoje R$ 250 bilhões em custódia e enxerga o agronegócio como uma vertical estratégica e com grande potencial de crescimento. Além do consórcio de gado, a plataforma Agrobank servirá como instrumento de oferta de seguros, empréstimos, operações de hedge de commodities e câmbio e consórcios de outras modalidades.

“Queremos nos aproximar do campo para fazer até IPO [oferta inicial de ações] de fazendas no futuro”, diz, sem dar detalhes.

Fonte: Globo Rural.