Governo estuda linha de crédito aos produtores afetados pelas queimadas no Pantanal
Foram queimados, até sexta-feira passada (18), 2.91 milhões de hectares do bioma
Meio Ambiente
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul (Semagro/ MS), Jaime Verruck, divulgou na última sexta-feira (18), o panorama das queimadas no Pantanal sul-mato-grossense. Na ocasião, o líder da Semagro divulgou a intenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em criar uma linha de crédito aos produtores atingidos pelos incêndios no bioma, a pedido da ministra Tereza Cristina, que esteve em Campo Grande (MS) na semana passada.
“O que nós levantamos até o momento é que precisamos de uma linha de crédito de capital de giro, de custeio a esses produtores. Em função da falta de água e de pasto, esses animais precisam ser alimentados. O produtor precisa de dinheiro para isso, recompor cerca, comprar até um equipamento para investimento”, diz o secretário.
Segundo Verruck, a linha de crédito está na fase de estudo por enquanto.
Até a última sexta-feira (18), segundo dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, foram queimados 2.916 milhões de hectares do bioma Pantanal, o que corresponde a 19,31% do bioma.

Também foi anunciado o Projeto Bioma Pantanal, em fase inicial, que visará criar linhas de pesquisa para a regeneração do bioma, em parceria com a Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão (Funep), instituição voltada ao de desenvolvimento de projetos científicos. “Envolveremos todas as universidades que fazem pesquisas no Pantanal com dois focos: primeiro a questão da biodiversidade, a recomposição florestal e os impactos dessas queimadas. A ciência tem condições de avaliar isso. Também há a questão econômica, principalmente, turismo e atividade pecuária”, explica Verruck.
Cenário Internacional
Na semana passada, um grupo de oito países europeus, composto por Dinamarca, França, Holanda, Alemanha, Itália, Noruega, Reino Unido e Bélgica, enviou uma carta ao vice-presidente Hamilton Mourão apontando preocupação sobre as queimadas e desflorestamento na Amazônia. Para Verruck, o ato indica uma pressão por atitudes mais claras e rígidas sobre sustentabilidade.
“A União Europeia representa hoje mais ou menos nas exportações brasileiras entorno de 6 bilhões de dólares, que foi esse grupo de oito países, na qual Alemanha, Dinamarca e Holanda se destacam. A questão toda que estamos colocando é: perder um mercado de seis bilhões de dólares é extremamente complexo e estão discutindo a possibilidade de não aceitar o acordo do Mercosul”, alerta.