Impactos da Taxação dos EUA sobre o Setor de Pescados Brasileiro e Solicitação de Medidas Emergenciais

Não há alternativas viáveis de mercado. O Brasil abriga uma cadeia produtiva de pescados altamente dependente das exportações para os Estados Unidos

30/07/2025 às 17:15 atualizado por Redação - SBA
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A Associação Brasileira das Indústrias de Pescado – ABIPESCA – acompanha com grande preocupação a confirmação sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto de 2025, conforme comunicado oficial dos Estados Unidos.

Apesar dos esforços de diálogo com o Governo Federal e representantes do Legislativo, visando demonstrar a relevância estratégica do mercado norte-americano destino de cerca de 70% das exportações brasileiras de pescados o setor ficou de fora da lista de exceções o que causará um grande impacto comercial.

Não há alternativas viáveis de mercado. O Brasil abriga uma cadeia produtiva de pescados altamente dependente das exportações para os Estados Unidos. Essa realidade agrava-se no caso de estados como o Ceará, onde empresas têm sua operação diretamente atrelada a esse fluxo. A interrupção dessas exportações poderá desencadear uma onda de pedidos de recuperação judicial (RJ), uma vez que as empresas não terão capacidade de honrar seus compromissos financeiros. O impacto será severo e imediato, com repercussões sociais e econômicas profundas, especialmente em regiões onde a atividade pesqueira é a principal fonte de emprego e renda.

Mais de um milhão de pescadores profissionais, além de milhares de famílias, serão diretamente afetados. A interrupção do escoamento da produção nacional comprometerá a subsistência de uma ampla rede de trabalhadores e comunidades, provocando consequências drásticas para a segurança econômica do país.

Diante de um cenário de tamanha gravidade, é NECESSÁRIO que o Governo Brasileiro inclua o setor de pescados nas medidas emergenciais de mitigação. Isso inclui a criação de mecanismos de apoio financeiro imediato, como linhas de crédito especiais e auxílio emergencial às empresas exportadoras. Ignorar essa realidade é permitir o colapso de uma das mais importantes cadeias produtivas do agronegócio nacional, com efeitos em cascata sobre o emprego, a renda e a estabilidade de regiões inteiras.

Fonte: ABIPESCA