Importação de fertilizantes em 2025 foi recorde

Apesar da diminuição no final do segundo semestre, a importação foi recorde neste ano, evidenciando a dependência externa e a urgência de ampliar a produção nacional

19/12/2025 às 08:30 atualizado por Redação - SBA
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O ano de 2025 foi marcado pela elevada importação de fertilizantes. Entre janeiro e julho, o volume importado foi de 24,2 milhões de toneladas, expansão de 8,8% em relação ao mesmo período de 2024 e acima do recorde anterior (MDIC).

De janeiro a julho nos últimos dez anos, 2025 acumulava 24,2 milhões de toneladas importadas. Em agosto, na sequência, foi registrado o maior volume por mês da série histórica, com mais de 5 milhões de toneladas desembarcadas, para fazer frente à preparação das safras de verão e antecipação de estoques.

Figura 1.
Volume de fertilizantes químicos (exceto os brutos*) importados pelo Brasil de janeiro a julho, em milhões de toneladas.

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Mesmo com a desaceleração que ocorre normalmente em novembro, quando o volume importado cai, no ano a importação foi maior que em 2024. Até novembro, a importação fora de 41,7 milhões de toneladas, 2,2% acima do registrado no mesmo intervalo de 2024, apesar da queda de alguns produtos.

Fatores de crescimento e impactos no setor

A trajetória de 2025 foi sustentada pela forte demanda por fertilizantes, necessária para manter safras recordes no Brasil, e pela volatilidade dos preços internacionais, que levou os importadores a otimizarem estratégias de compra e diversificar origens. Enquanto importação de alguns produtos, como a ureia, diminuiu em determinados momentos, fertilizantes fosfatados e sulfatos, por exemplo ganharam espaço, indicando ajustes estratégicos nas aquisições.

Pelo lado bom, o cenário garantiu disponibilidade de insumos ao agronegócio, reduzindo riscos de desabastecimento e facilitando o planejamento agrícola. Por outro lado, a forte dependência externa evidenciou vulnerabilidades estruturais, como a necessidade de diversificação de fornecedores e de desenvolvimento da produção nacional. Ainda assim, a capacidade de encerrar o ano com recordes comerciais e financeiros reforça a resiliência do mercado brasileiro de fertilizantes.

Dentre as importações, alguns fertilizantes que se destacaram foram: o cloreto de potássio (KCl), ureia, sulfato de amônio, nitrogênio e fósforo.

Figura 2.
Importações de fertilizantes, em milhões de toneladas.

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Perspectivas e considerações

O grande volume adquirido projeta para o início de 2026 um cenário de tranquilidade, sustentado por níveis confortáveis de estoques, o que tende a reduzir as importações no começo do próximo ano. Ao mesmo tempo, esse recorde de compras evidencia a elevada dependência externa do Brasil e reforça a urgência de avançar na produção nacional. Nesse contexto, a reativação parcial da Araucária Nitrogenados (ANSA), no Paraná, com capacidade aproximada de 720 mil toneladas anuais de ureia, que ocorreu no segundo semestre de 2025, e a conclusão da UFN-III, em Três Lagoas (MS), prevista para 2028, com produção estimada em 1,2 milhão de toneladas por ano, são passos para a redução dessa vulnerabilidade. O êxito desses projetos, aliado a políticas de incentivo à indústria nacional, será determinante para fortalecer a segurança de abastecimento do agronegócio.

Fonte: Scot Consultoria