Indígenas ocupam fazenda e colocam fogo em maquinários e casa em Caarapó/MS

Conflito por terras entre indígenas e policiais dura cerca de um mês

27/10/2025 às 10:16 atualizado por Redação - SBA
Siga-nos no Google News

O sábado (25/10) foi marcado em Mato Grosso do Sul por um incêndio realizado por indígenas da etnia guarani-kaiowá em uma fazenda localizada em Caarapó. Sede e maquinários foram afetados pelo incêndio em área que está em conflito por terras a cerca de quase um mês.

Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 30 indígenas ocuparam a fazenda e incendiaram um trator e a casa que fica na sede da Fazenda Ipuitã, e desocuparam a fazenda no sábado, após o ocorrido.

A fazenda, que fica às margens de uma aldeia, já teve parte do território declarado oficialmente indígena, enquanto a outra, onde está a propriedade rural, ainda está em processo de demarcação. Para os indígenas, o local é sobreposto ao território ancestral. Os fazendeiros afirmam que se trata de propriedade privada.

A Famasul, Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, emitiu nota repudiando o ataque. Confira na íntegra:

As instituições do agro de Mato Grosso do Sul repudiam com veemência o ato criminoso ocorrido na Fazenda Ipuitã, em Caarapó, onde o produtor rural teve o seu direito de propriedade novamente violado de forma grave e intolerável.

A Famasul tem alertado, reiteradamente, as autoridades responsáveis sobre o risco de escalada da violência no campo e sobre a necessidade urgente de ações preventivas. Infelizmente, os fatos confirmam aquilo que já vínhamos denunciando: a omissão e a leniência da Justiça e do governo federal alimentam a insegurança jurídica e encorajam novos ataques. Não é de hoje que a área sofre sucessivas invasões.

No fim de semana, o cenário ficou ainda mais grave, quando o grupo criminoso composto por indígenas ateou fogo e destruiu maquinários agrícolas, insumos, a sede e toda a estrutura da propriedade rural, causando prejuízos incalculáveis e impedindo o legítimo exercício da atividade produtiva.

Esses episódios de violência no campo não dizem respeito apenas aos produtores rurais. Eles atingem toda a sociedade. Quando uma fazenda é incendiada, não se destrói apenas uma estrutura produtiva, mas o sustento de famílias e a garantia de empregos.

O direito de propriedade privada é previsto na Constituição e deve ser respeitado. Não podemos aceitar que produtores rurais continuem arcando com prejuízos materiais e psicológicos sem responsabilização dos criminosos e sem qualquer ressarcimento pelas perdas que são resultado da impunidade. É urgente a adoção de medidas firmes e efetivas que assegurem o cumprimento da lei e a segurança jurídica no campo.

É importante não generalizar: os criminosos que promovem atos violentos — muitas vezes manipulados como massa de manobra — não representam a maioria dos povos originários. Temos inúmeros exemplos de indígenas que desejam prosperar, que respeitam as leis e que, inclusive, trabalham em ações conjuntas com o Sistema Famasul para melhorar a produção em suas comunidades e buscar políticas públicas sérias e eficientes.

É preciso que a Justiça e as autoridades competentes ajam com firmeza, investigando, identificando e responsabilizando os autores do ataque à Fazenda Ipuitã. É inadmissível que qualquer pessoa, independentemente da etnia, atente contra a propriedade privada, contra a segurança jurídica e permaneça impune.

A Famasul continuará atuando de forma incansável pela paz no campo, pelo respeito ao Estado de Direito e pela segurança jurídica que garantem a produção, o desenvolvimento e a harmonia social em Mato Grosso do Sul.

Assinam a nota: Famasul, ABPO, Aprosoja/MS, Acrissul, Asumas, Avimasul, Apai, Biosul, Novilho Precoce/MS, OCB/MS, Reflore/MS, Sulcanas e Sodepan

 

Informações: Assessoria Famasul