MT Clima e Mercado registra irregularidade climática e pressão de pragas no Leste de Mato Grosso
O 12º episódio da série segue percorrendo a região e acompanhando o andamento da safra 2025/26
O 12º episódio da quarta temporada da série Mato Grosso Clima e Mercado, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), segue percorrendo a região leste do estado e, nesta terça-feira (16.12), acompanhou o andamento da safra 2025/26 nos municípios de São José do Xingu e Porto Alegre do Norte. Ao longo do trajeto, produtores rurais relataram plantio irregular, incidência antecipada de pragas e preocupação com a armazenagem e a logística da produção.
No município de Porto Alegre do Norte, o produtor rural Guilherme Resende Cruvinel avaliou que, embora o plantio tenha iniciado em setembro, a ocorrência de veranicos nas primeiras semanas comprometeu o desenvolvimento das lavouras. Segundo ele, mesmo com o esforço para aproveitar os períodos de umidade, as chuvas irregulares afetaram o potencial produtivo da soja.
“Nós tivemos bastante chuvas irregulares no início. Então logo depois a gente ficou muitos dias sem chuva e sem umidade. Quando tínhamos as condições de umidade ideais para plantio, plantamos praticamente 24 horas seguidas. Tivemos veranicos, principalmente nessas primeiras semanas de plantio. Nas primeiras sojas a gente não consegue determinar a perda produtiva, apenas durante a colheita. Mas com certeza interferiu um pouco”, avaliou Guilherme.
Além dos impactos climáticos, o Guilherme Cruvinel também destacou a preocupação dos produtores da região com a estrutura de armazenagem e o escoamento da produção. “A nossa realidade não diverge muitos dos produtores aqui da nossa região. Tivemos um plantio rápido para aproveitar a umidade e com certeza teremos problemas na colheita. Nós estamos à mercê também do clima, porque vai ter muito volume para ser colhido. É um risco, pois a nossa fábrica fica a céu aberto. A região ainda tem um gargalo de armazéns, o que vai dificultar e será uma preocupação na hora da colheita”, pontuou.
O delegado coordenador e produtor rural do Núcleo Araguaia Xingu, Reginaldo Brunetta, observou que o clima mais seco tem favorecido o surgimento precoce de pragas, principalmente em áreas plantadas mais cedo. “Tivemos incidência de pragas, nós estamos tendo uma incidência mais cedo esse ano de mosca-branca e percevejo, principalmente nessas áreas plantadas mais cedo na propriedade. Nos outros talhões há regularidade, apenas a entrada de moscas-brancas um pouco mais cedo”, observou.
Já no município de São José do Xingu, o produtor rural Douglas Michels explicou que a irregularidade das chuvas no início da cultura refletiu diretamente no estande das lavouras, exigindo replantio em parte da área. “Esse ano as chuvas foram bem irregulares. Até hoje ainda estão meio instáveis, então tem talhão que tem duzentos milímetros a mais que o outro, então são chuvas bem desparelhas e isso refletiu no plantio. Foi um clima bem incerto, tivemos algumas áreas de replantio e alguns problemas de estande também. Em torno de 400 hectares de replantio foi realizado em minha propriedade”, relatou.
O produtor também também ressaltou a incidência de pragas como um dos principais desafios em sua propriedade ao longo da safra. “Tivemos problema com o pé de galinha, que é um problema que vem aumentando cada dia mais. E hoje a nossa maior preocupação é em relação à mosca-branca. Está aparecendo bastante e a tendência é que a partir de agora, com o começo da colheita, ela vai se concentrar nas sojas plantadas posteriormente. Então vamos ter problemas com cerca de 50% da área com a mosca branca e percevejo”, destacou.
A série MT Clima e Mercado segue acompanhando a safra 2025/26 na região leste de Mato Grosso, passando nesta quarta-feira (17.12) pelos municípios de Querência, Água Boa e Nova Xavantina para registrar as condições das lavouras e os principais desafios enfrentados pelos produtores em diferentes regiões do estado.
Fonte: Aprosoja MT



