Maior oferta de feijão na 3ª safra pressiona preço do grão

Avaliação é do Indicador Cepea/CNA no período de 7 a 15 de agosto

19/08/2025 às 10:01 atualizado por Redação - SBA
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A maior oferta de feijão na 3ª safra pressionou o preço do grão para baixo no período de 7 a 15 de agosto, resultando em quedas dos preços na maioria das regiões monitoradas, afirma o Indicador Cepea/CNA da semana.

Apesar disso, lotes de coloração mais clara e variedades de escurecimento lento seguem encontrando maior valorização, refletindo a seletividade da demanda.

No caso do feijão carioca (notas 9 ou superior), a colheita avançou e abasteceu o mercado com grãos de melhor qualidade, mas o ritmo de comercialização permaneceu lento. Os preços recuaram em várias praças: em Sorriso (MT), a saca de 60 kg caiu 8,26%, para R$ 185,50; no Centro/Noroeste de Goiás, a baixa foi de 3,78% (R$ 204,19/sc); no Leste Goiano, de 1,17% (R$ 198,89/sc); e no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, de 1,41% (R$ 205,63/sc).

Algumas regiões registraram estabilidade ou leve alta, como o Sul Goiano (+0,80%, a R$ 210,00/sc) e o Noroeste de Minas (+0,18%, a R$ 211,42/sc). Mesmo nesses casos, os preços continuam bem abaixo das médias históricas.

Em relação ao feijão carioca (notas 8 e 8,5), o aumento da colheita trouxe mais lotes de nota 8,5, favorecendo os grãos de melhor granulação e escurecimento lento. Já os lotes com defeitos registraram maiores desvalorizações. Entre 7 e 14 de agosto, Itapeva (SP) teve queda de 9,16%, com a saca a R$ 183,32; Sorriso (MT), de 4,61% (R$ 178,33/sc); Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, de 2,55% (R$ 191,00/sc); e Metade Sul do Paraná, de 2,54% (R$ 164,74/sc).

As exceções foram Curitiba (PR), onde houve leve alta de 0,54% (R$ 174,94/sc), e Barreiras (BA), onde a retração foi mais gradual, para R$ 198,75/sc.

Já o feijão preto (tipo 1), o indicador mostra que as negociações seguem travadas, com baixa presença de compradores e abastecimento garantido pelos estoques adquiridos anteriormente. Nesse cenário, os preços recuaram novamente: no Nordeste Rio-grandense (RS), a queda foi de 4,71%, para R$ 135,00/sc; na Metade Sul do Paraná, de 2,83%, a R$ 121,82/sc; e em Curitiba (PR), de 1,96%, a R$ 126,44/sc. Em todas essas regiões, as cotações seguem bem abaixo das médias históricas.

“Os preços do feijão seguem pressionados pela combinação entre maior oferta da terceira safra e a baixa demanda no mercado interno. O consumo não tem crescido e, embora as exportações estejam aquecidas no acumulado do ano, ainda não são suficientes para absorver os excedentes de produção, o que limita a recuperação das cotações”, avalia o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira.

Fonte:CNA