Mapa defende que pecuária na Amazônia avance com sustentabilidade

Governo, produtores e ONG concordam sobre a importância da restauração de áreas degradadas

18/11/2025 às 15:47 atualizado por Redação - SBA
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participou, nesta segunda-feira (17), do painel sobre pecuária sustentável na Amazônia, promovido pela The Nature Conservancy (TNC) na AgriZone da COP30, em Belém. O assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e coordenador do Programa Caminho Verde Brasil, Carlos Augustin, representou a pasta no debate.

Segundo Augustin, a adoção de práticas sustentáveis será decisiva para a competitividade do produtor brasileiro. “O produtor que se adequar às normas e investir em sustentabilidade terá, em breve, um produto diferenciado para o mercado mundial. A rastreabilidade, por exemplo, confere mais qualidade ao produto”, destacou.

Ele reforçou que assistência técnica é o principal fator para o sucesso no campo. “O mais importante para o produtor não é a taxa de juros baixa, é a assistência técnica. Se o produtor não sabe produzir, não for ensinado a fazer manejo, não vai dar certo”, afirmou.

A TNC, organização ambiental de atuação global, integra a construção e o apoio ao Caminho Verde Brasil. Para Rodrigo Freire, líder de áreas privadas da ONG, o programa é “uma iniciativa muito inovadora”. “Melhorar a qualidade dos pastos é fundamental para a sustentabilidade da produção. A sustentabilidade é um caminho sem volta”, afirmou.

A produtora rural Ângela de Jesus, da Federação dos Trabalhadores Rurais do Pará (Fetagri/PA), reforçou a importância do programa. “O Caminho Verde Brasil traz o que defendemos: a recuperação de pastos degradados. Não queremos abertura de novas áreas, e sim práticas adequadas e assistência para garantir qualidade e produtividade”.

Compromisso com a sustentabilidade

O Programa Caminho Verde Brasil prevê restaurar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas destinadas a sistemas sustentáveis de produção agropecuária e florestal nos próximos dez anos. A iniciativa permitirá ampliar a produção de alimentos e biocombustíveis sem a necessidade de desmatamento de novas áreas.

Além de promover segurança alimentar e apoiar a transição energética, o programa reforça a liderança do Brasil na agenda global de desenvolvimento sustentável.

Produtores que aderirem ao programa terão acesso a crédito com juros abaixo do mercado em um dos dez bancos habilitados no leilão: Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, BTG, Itaú, Bradesco, Santander, Banco Votorantim, Rabobank e Safra. Para isso, devem se comprometer a não desmatar novas áreas durante o período de financiamento e realizar balanço anual de carbono, além de cumprir outras exigências ambientais e trabalhistas.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária