Para Câmara Árabe, diversificação segue desafio no comércio com muçulmanos

Entidade defende interlocução diplomática para avançar acordos de comércio com países islâmicos

27/10/2025 às 13:16 atualizado por Redação - SBA
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São Paulo, 27/10/2025 -- A ampliação das exportações brasileiras para os países muçulmanos depende de diversificar a pauta comercial, intensificar a interlocução diplomática com o bloco e elevar a oferta de produtos disponíveis para embarques com certificação halal, de produção conforme o islamismo.

A avaliação é do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Mohamad Orra Mourad, que na manhã de hoje (27), em São Paulo, falou a empresários no Global Halal Brazil Business Forum 2025, evento sobre oportunidades de negócios nos chamados mercados halal — de bens e serviços com características demandadas por consumidores muçulmanos.

O dirigente reconheceu que, embora as exportações do Brasil para os 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) sejam muito expressivas — tendo alcançado US$ 28,09 bilhões no ano passado só nas categorias de alimentos e bebidas, com crescimento de 20,06% sobre o ano anterior —, a pauta ainda é dominada por produtos básicos, realidade que cabe mudar ao empresariado e ao governo brasileiros.

“Cabe a nós buscar uma maior diversificação na pauta de exportações, que, embora robusta, ainda se limita, em grande parte, a produtos básicos, como carnes e commodities agrícolas”, afirmou Mourad. “Principalmente por meio do fortalecimento da interlocução diplomática entre o governo brasileiro e os países islâmicos”, seguiu o dirigente, acrescentando que esse tipo de esforço pode motivar a efetivação de novos acordos de livre-comércio com os países da OCI.

O secretário-geral da Câmara Árabe destacou que, no âmbito doméstico, outro objetivo a ser perseguido é o fomento à produção halal brasileira para além do setor de proteínas animais. Segundo ele, embora o Brasil seja líder no fornecimento de proteína bovina e de aves com certificação halal — selo de produção conforme o islamismo —, enviando por ano cerca de US$ 6 bilhões aos países da OCI, a disponibilidade de produtos certificados em outras categorias de alimentos ainda é limitada.

Mourad citou a existência de pelo menos uma iniciativa de fomento no Brasil que têm contribuído para o avanço do Brasil no mercado halal de alimentação: o Projeto Halal do Brasil, iniciativa setorial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e da agência ApexBrasil, de promoção de exportações, para capacitar empresas a obter certificação halal.

O dirigente ressaltou a importância da certificação para a atuação em mercados islâmicos, afirmando que o selo atesta ao consumidor muçulmano que o produto prestes a consumir foi obtido por processos produtivos que respeitam as tradições culturais e religiosas do islamismo.

Ainda segundo Mourad, a certificação associa o produto a um modelo de produção responsável. “O halal, como vocês verão ao longo do nosso evento, está profundamente relacionado a princípios de boas práticas e do ESG.”

Realização da Câmara Árabe-Brasileira e da Fambras Halal, o Global Halal Brazil Business Forum 2025 conta com patrocínio de MBRF (Marfrig/BRF), Modon, Seara Alimentos, Eco Halal, Emirates, Grupo MHE9, Prime Company, Carapreta Carnes Nobres e SGS.

 

Informações: Assessoria Câmara de Comércio Árabe-Brasileira