Pesquisa inédita investiga o "DNA" do queijo minas artesanal do Serro
Estudo busca identificar os microrganismos responsáveis pelas características do queijo e garantir sua autenticidade, além de avaliar a saúde do rebanho leiteiro da região
Uma pesquisa inovadora está sendo realizada para mapear o "DNA" do Queijo Minas Artesanal (QMA) do Serro, com o objetivo de garantir a autenticidade do produto e prevenir falsificações. O estudo, desenvolvido pela Emater-MG, Ufla, UFMG e Epamig, analisa os microrganismos presentes no queijo e a saúde do rebanho leiteiro da região.
A pesquisa abrange 32 propriedades em 10 municípios do Serro, coletando amostras de queijo em diferentes estágios de maturação, leite, tábuas de maturação e "pingo" (fermento natural). As análises laboratoriais vão identificar as bactérias lácticas responsáveis pelo sabor e aroma característicos do queijo.
O projeto visa criar uma "assinatura" para o QMA do Serro, garantindo sua rastreabilidade e autenticidade. A identificação das bactérias permitirá comprovar a origem do queijo, além de fornecer dados sobre o processo de produção.
Além da análise microbiológica, a pesquisa também examina a qualidade sanitária do rebanho, com coleta de leite, sangue, soro e carrapatos para detectar doenças como brucelose, tuberculose, leptospirose, toxoplasmose e mastite. Também será investigada a eficácia dos carrapaticidas usados na região.
Os resultados da pesquisa são esperados para agosto de 2025. Em dezembro de 2024, os modos de fazer o QMA foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A região do Serro, responsável por aproximadamente quatro mil toneladas de queijo por ano, inclui os municípios de Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.
Informações: Agro em Campo