Preços domésticos do feijão sobem e já são superiores ao mesmo período de 2023
Foram ofertadas cerca de 64 mil sacas na bolsa, com pelo menos 12 mil encontrando compradores
Nesta segunda semana de junho, os preços domésticos do feijão voltaram a subir, superando os valores do mesmo período de 2023. A expectativa de um mercado firme com possíveis ajustes pontuais se confirmou. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Gabriel Viana, os compradores aumentaram a demanda na metade final da semana, resultando em preços mais altos para o feijão carioca na Bolsinha de São Paulo, referência para a precificação nacional.
Foram ofertadas cerca de 64 mil sacas na bolsa, com pelo menos 12 mil encontrando compradores. A saca do feijão carioca extra nota 9 foi cotada a R$ 300,00, uma alta de 11,11% em relação à semana passada e 5,26% acima do mesmo período do mês passado, ficando apenas 1% abaixo do mesmo período em 2023. Em Laranjeiras do Sul, Paraná, negócios pontuais variaram entre R$ 160,00 e R$ 200,00 por saca.
“A semana encerrou com preços fortalecidos para o produto carioca. A demanda cresceu após um período de retração dos compradores nas semanas anteriores. Agora, o foco está na colheita no Rio Grande do Sul, onde se estima uma perda de 30% devido às enchentes de maio”, relatou Viana.
De acordo com o analista, para as próximas semanas, espera-se negociações mais lentas, devido aos volumes adquiridos nas primeiras duas semanas de junho e a postura defensiva dos compradores em maio, que anteciparam estoques por receio de volatilidade nos preços. Bons negócios realizados no pós-pregão da quarta-feira deixaram poucas sobras para o final da semana, apesar da pressão de alguns operadores para reduzir os preços na zona atacadista de São Paulo. “O desafio agora é transferir essa redução para os poucos produtores que ainda possuem estoques no campo e vender algumas cargas a preços inferiores aos atuais”, explicou por fim.
Feijão preto
Já o mercado de feijão preto, conforme destacou Viana, iniciou a semana com firmeza, operando com um volume modesto de amostras e cotações em alta. Aproximadamente 1,5 mil sacas foram ofertadas e vendidas, indicando uma forte demanda em meio a uma oferta limitada. Junho apresentou boas oportunidades para vendedores com maior necessidade de liquidez, especialmente para o produto extra, Tipo 1, que permanece escasso e registrou elevações de preço mais expressivas.
No entanto, as negociações tornaram-se mais difíceis ao longo da semana, com preços iniciais em torno de R$ 240,00 por saca e poucos negócios concretizados. O mercado estagnou, com cerca de 7.700 sacas ofertadas e apenas 3 mil sendo negociadas durante as cinco sessões da semana. Apesar disso, o feijão preto argentino foi cotado até R$ 300,00 por saca, e rumores indicam novos contratos de exportação, com pelo menos 80 mil sacas destinadas ao México.
Foi previsto um aumento na produção de feijão preto, com um crescimento de 8,5% na produtividade e um significativo incremento de 63,5% na área plantada, alcançando 331 mil hectares. Semelhante ao feijão carioca, o feijão caupi também apresenta crescimento na área cultivada (4,9%) e melhoria no desempenho das lavouras (20,6%), com cerca de 60% da área da terceira safra sendo irrigada.
Fonte: Safras e Mercado