Produtores relatam replantio e prejuízos causados pela falta de chuvas ao MT Clima e Mercado
A Aprosoja MT conversou com os produtores dos núcleos de Tapurah, Ipiranga do Norte e Sorriso no terceiro episódio do projeto
A falta da chuva regular continua sendo a principal queixa dos produtores rurais da região médio-norte de Mato Grosso. O projeto da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Mato Grosso Clima e Mercado, percorreu pelos núcleos de Tapurah, Ipiranga do Norte e Sorriso para ouvir os agricultores no terceiro episódio. Nesta quinta-feira (20.11), os agricultores afirmaram que na região ainda há maquinas operando no replantio e uso de irrigação para salvar a produção.
O vice-presidente Norte da Aprosoja MT, Diogo Balistieri, conversou com três produtores rurais para entender a realidade enfrentada na região.
O delegado coordenador do núcleo de Tapurah, Regis Porazzi, contou que ainda está fazendo o replantio de 10% da área, pois não houve chuvas o suficiente para a planta conseguir se desenvolver adequadamente. Regis explicou que até no momento do replantio precisou parar alguns dias por falta de chuva. Ele também afirmou que não vai conseguir plantar a safra de milho na janela adequada no talhão do replantio.
“É um ano muito difícil, muito desafiador. Problemas de janela, de plantio de milho. Então aqui foi uma área que a gente começou a plantar dia 13 de novembro, já muito fora da nossa expectativa, essa janela já não contempla mais o milho. Vê que o estande é impossível deixar, temos que replantar. É uma das realidades que estamos enfrentando, chega a ser quase que 10% da minha área de planejamento, e que é uma realidade de muita gente aí no nosso município”, lamenta.
O produtor de Tapurah também relatou que o plantio atrasado, no caso dele o replantio, aumenta os custos da produção e deixa a planta mais propicia a enfrentar doenças nos meses de janeiro e fevereiro.
“A soja plantada nesta janela tem a incidência de mosca-branca e de doenças, vai ser muito grave, percevejo, a gente sabe disso aí, então é um desafio que vamos enfrentar lá na frente. O maior problema nosso aqui, que estou enfrentando, que muitos colegas estão enfrentando, é o custo alto dos insumos, do retrabalho e das práticas que vamos enfrentar na virada de janeiro para fevereiro”, explica.
Seguindo para outro município, Diogo Balistieri conversou com o delegado coordenador do núcleo de Ipiranga do Norte, Vitor Gatto, que também relatou o problema com as chuvas na região. Ele explicou que além das chuvas com tempo espaçados, houve chuva em pontos isolados. E para salvar a produção, e não precisar do replantio, Gatto utilizou irrigação com pivô na propriedade.
“Tivemos que usar a irrigação. O pivô, nesse sentido, acaba ajudando a gente, como produtor, que tem amor no que faz e quer salvar a soja, então acaba irrigando. Vale ressaltar que é um custo a mais porque hoje não é barato você irrigar, você conduzir uma lavoura irrigada, o custo da energia ele é bem alto, mas a gente teve que usar a irrigação até mais do que no ano passado”, relata.
O produtor de Ipiranga do Norte afirmou que vai ter perda na produtividade, pois a soja plantada na propriedade dele já se encontra no estágio reprodutivo, no momento do florescimento e formação das vagens, precisando ainda mais de água. O último entrevistado do terceiro episódio de Mato Grosso Clima e Mercado foi o delegado do núcleo de Sorriso, Diogo Damiani. Em conversa com Balistieri, o produtor afirmou que também enfrentou dificuldades com a falta da chuva regular na região e que por este motivo a safra 2025/26 teve o plantio mais longo no município.
“Na nossa região foi um plantio que se iniciou bastante acelerado e depois acabou se invertendo. O que vinha acumulado de chuva no mês de setembro, no mês de outubro praticamente não aconteceu, passamos os últimos 30 dias aqui com apenas 18 milímetros. Finalizamos o plantio aqui no município praticamente no dia 5 de novembro, um dos mais longos que nós contamos da história aqui do município”, conta.
Damiani também relatou à Aprosoja MT que faltam armazenamentos na região. Ele afirma que atualmente Sorriso tem somente 50% da capacidade de armazenar, precisando investir em bolsões para guardar os grãos.
O MT Clima e Mercado percorreu mais três núcleos neste episódio para mostrar de perto as dificuldades que os produtores rurais estão enfrentando no plantio da safra 2025/26. Em sua maioria, os produtores relataram falta de chuvas, replantios, custos de produção elevada e uso de pivô em diversas regiões para salvar a safra. Esses relatos mostram a verdade de quem vive do campo e a Aprosoja MT está na missão de compartilhar com a população a realidade do produtor.
Fonte: Aprosoja MT



