Safra de grãos 2021 deve atingir 262,2 milhões de toneladas, diz IBGE

De acordo com levantamento deve ficar 3,2% acima da produção de 2020

11/02/2021 às 18:18 atualizado por Redação - SBA
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quarta-feira (11) indica que a safra nacional de grãos para 2021 deve atingir 262,2 milhões de toneladas, ficando 3,2% acima da produção de 2020 (254,1 milhões de toneladas), que já havia sido a mais alta da série histórica do IBGE.

A soja e o milho deverão ser os grandes recordistas da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no país. Já o algodão, que vinha alcançando recordes por três anos seguidos, deve ter redução de 16,5% em relação a 2020. 

Segundo o gerente de pesquisa, Carlos Barradas, a produção de algodão vinha registrando altas para atender a demanda internacional, mas, com a pandemia da Covid-19, as quedas no setor de vestuário refletiram em uma menor procura por esse produto, influenciando na decisão de plantio da próxima safra. 

Barradas destaca que na atual safra, o plantio da soja atrasou em virtude à falta de chuvas em algumas regiões e, como grande parte das áreas de algodão são plantadas depois da colheita da soja, na segunda safra, é provável que os produtores reduzam a área plantada com o objetivo de minimizar o risco climático.

“Além disso, os excelentes preços alcançados pelo milho e sua forte demanda, devem influenciar a decisão dos produtores, no sentido de substituir o algodão pelo cereal, que possui um menor custo de produção e maior facilidade de comercialização”, avalia Barradas.

O milho teve sua estimativa de produção elevada em 2,0%, totalizando 103,7 milhões de toneladas, recorde da série histórica do IBGE. Em relação a 2020, a produção deve ser 0,4% e a área a ser colhida 3,2% maiores. A primeira safra deve participar com 25,3% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 74,7%. 

Para soja, a estimativa foi de 130,3 milhões de toneladas, subindo 0,4% em relação ao mês anterior e 7,2% frente à safra de 2020, atingindo novo recorde na série histórica do IBGE. 

O Mato Grosso (MT) é o maior produtor brasileiro do grão e a falta de chuvas no estado não só provocou atraso no plantio, como até a necessidade de replantio em algumas áreas. Mesmo com essas questões, a produção do estado foi estimada em 34,6 milhões de toneladas, que retrata 26,6% do total nacional de soja a ser colhida em 2021.

Na comparação com dezembro do ano passado, foi apontado aumento nas estimativas da produção do feijão 2ª safra (21,5%), da batata-inglesa 2ª safra (5,4%), do cacau (4,4%), do milho de 2ª safra (2,9%), do tomate (2,0%), do feijão de terceira safra (1,6%), da soja (0,4%), do arroz (0,2%) e do café canéfora (0,1%). Por outro lado, houve declínios nas estimativas da produção da batata-inglesa 1ª safra (-0,5%), do milho 1ª safra (-0,6%), do feijão 1ª safra (-0,8%), do sorgo(-1,5%), do algodão herbáceo (-2,8%), e do café arábica (-11,1%).

As regiões Sul (13,3%) e Nordeste (0,4%) aumentaram suas estimativas de produção, enquanto Centro-Oeste (-1,1%), Sudeste (-0,7%) e a Norte (-2,1%) reduziram.

Com informações IBGE