USDA apresenta relatório baixista, com revisões das safras 2020/21 e 2021/22
O relatório de oferta e demanda acabou por confirmar alguns fatores já perceptíveis nos levantamentos de acompanhamento de safras, relatório de estoques trimestrais e principalmente a colheita da soja dos Estados Unidos.
Os números seriam maiores. Sem dúvidas.
O mercado já precificava o cenário aguardado por seus operadores há dias e a divulgação do relatório jogou posições de mercado abaixo dos US$ 12 por bushel. Reação imediatista e normal para algo tão "nervoso" quanto o mercado de soja.
As estimativas trouxeram a produção no limite de máxima esperada por operadores consultados nos EUA pela imprensa norte-americana, 121,06 milhões de toneladas, o número despeja dois milhões de toneladas do grão no mundo, já que o documento divulgado em setembro era de 119,04 mi/ton.
Os números norte-americanos, com uma safra em plena colheita, claro, foram determinantes. A Argentina contou com uma redução de 1 milhão de toneladas, houve também pequenas elevações de estimativas de esmagamento interno em alguns players, mas principalmente, o próprio Estados Unidos, que elevou seu processamento em 300 mil toneladas.
Os estoques finais subiram de 5,04 mi/ton para 8,71 milhões de toneladas. Resultado direto, de uma estimativa maior de produção? Sim e não! Motivo: a revisão dos dados da safra passada, a 2020/21.
O USDA trouxe severas alterações dos dados da safra anterior. Entre eles, o de produção, subiu 2,2 milhões de toneladas; o processamento interno total caiu 160 mil toneladas; as exportações ficaram 110 mil toneladas menores, elevando os estoques finais da campanha 2020/21 de 4,76 milhões de toneladas para 6,97 milhões de toneladas.
Fatores que explicam bem o clima da "casa caiu" na Bolsa de Chicago nesta última terça-feira.
*Jornalista do Canal do Boi, mestre em Produção e Gestão Agroindustrial. / Foto Wenderson AraujoTrilux.