Apex quer tratar com governos locais nos EUA, dependentes de produtos do Brasil, diz Viana

Também foram estão sendo mapeados os estados mais dependentes em relação aos minerais críticos exportados pelo Brasil

06/08/2025 às 12:59 atualizado por Renan Monteiro - Estadão
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O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse nesta quarta-feira, 6, que estão sendo mapeados os entes federativos, nos Estados Unidos, mais dependentes de produtos brasileiros com o objetivo de articulação em nível local. A perspectiva é que governos estaduais, se sensibilizados, poderiam contribuir nas conversas com Washington. A ideia é tratar com governadores e parlamentares por meio de entidades em território norte-americano.

 

Também foram estão sendo mapeados os estados mais dependentes em relação aos minerais críticos exportados pelo Brasil. É o caso da Flórida, com cerca de 83% de dependência em determinados minerais, e Pensilvânia, com 100% de dependência de outros itens neste mercado, segundo balanço apresentado preliminarmente. O mapeamento geral ainda não está concluído.

 

Para Viana, muitos produtos devem sair da lista de incidência da taxa de 50% "por conta do interesse dos EUA", afirmou em coletiva de imprensa. Ele comentou sobre produtos, como café, que são presentes no dia a dia dos norte-americanos. Sobre eventual retaliação do Brasil, ele disse não haver razão, já que os EUA é superavitário no comércio.

 

Cerca de 44,6% das exportações brasileiras para os EUA estão fora da tarifa adicional de 50%. que pela previsão será aplicada unilateralmente pelo governo norte-americano hoje. Os produtos excluídos expressamente da ordem executiva dos Estados Unidos equivalem a US$ 18 bilhões.

 

O presidente da ApexBrasil também falou da contaminação política das negociações com os EUA, em referência aos aliados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) acusados de serem responsáveis pela incidência da tarifa contra produtos brasileiros. O deputado federal licenciado (PL-SP), Eduardo Bolsonaro, disse abertamente que busca atrapalhar as negociações.

 

Jorge Viana falou também do impacto para São Paulo com o tarifaço e disse que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), precisa escolher "se fica do lado do Brasil ou não"