Cecafé: exportador tem prejuízo de R$ 8,7 mi com infraestrutura defasada

09/12/2025 às 11:16 atualizado por Equipe AE - Estadão
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São Paulo, 9 - O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) voltou a destacar os prejuízos do setor com a infraestrutura defasada nos portos brasileiros e os gargalos na logística. Segundo a entidade, em outubro os associados tiveram prejuízo de R$ 8,719 milhões "com armazenagens adicionais, pré-stacking e detentions" devido à impossibilidade de exportação de 2.065 contêineres - 681.590 sacas de 60 kg - do produto. "O não embarque desse volume impediu que o país recebesse US$ 278,08 milhões, ou R$ 1,497 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais apenas em outubro deste ano, considerando o preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 407,99 por saca (café verde) e a média do dólar de R$ 5,3849 no mês retrasado", disse em nota. De acordo com o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, o anúncio de investimentos no Porto de Santos, principal canal de escoamento do produto, é importante, mas levará "pelo menos cinco anos para (as obras) serem entregues". Ele se refere à contratação da empresa para o aprofundamento do calado para 16 metros, a proposta de terceira via de descida da Rodovia Anchieta e a implementação da segunda alça de acesso ao embarcadouro santista. Ainda conforme o Cecafé, em outubro 52% dos navios, ou 204 de um total de 393 embarcações, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil, conforme o Boletim DTZ, elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com a entidade. "O Porto de Santos, que respondeu por 79% dos embarques de café de janeiro a outubro deste ano, registrou um índice de 73% de atraso ou alteração de escalas de navios, o que envolveu 148 do total de 203 porta-contêineres. O tempo mais longo de espera no mês retrasado foi de 61 dias no embarcadouro santista", destacou na nota.