Consumo nos lares brasileiros cresce 4% em julho ante 1 ano antes, revela Abras

21/08/2025 às 10:52 atualizado por Júlia Pestana - Estadão
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O consumo nos lares brasileiros avançou 4% em julho na comparação com igual mês de 2024, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Frente a junho, a alta foi de 2,41%, enquanto no acumulado do ano o indicador registra crescimento de 2,66%. Os números são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e abrangem todos os formatos de supermercados.

Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, o resultado reflete um consumo mais sólido, sustentado pela melhora da renda e do mercado de trabalho.

"Apenas no recorte mensal que o mês de julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa. Mas neste ano, esse efeito foi menos intenso", afirmou o executivo em coletiva de imprensa.

A taxa de desemprego caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, o menor nível desde 2012, contra 6,9% um ano antes. O rendimento real habitual chegou a R$ 3.477, alta de 3,3% sobre 2024. Essa melhora também impactou o Bolsa Família: quase 1 milhão de famílias deixaram de receber o benefício em julho, mas, segundo Milan, a migração para renda do trabalho não reduziu o consumo

Outros fatores reforçaram as compras no mês, como o pagamento de R$ 10 bilhões em restituições do Imposto de Renda, a liberação de R$ 2,3 bilhões em requisição de pequeno valor (RPVs) do INSS e o saque do PIS/Pasep, que ao longo do ano deve injetar R$ 30,7 bilhões na economia.

Cesta básica

Já no Abrasmercado (cesta com 35 produtos de largo consumo) os preços recuaram 0,78% em julho ante junho, puxados por quedas em arroz, feijão e hortifrúti. Foi a segunda retração seguida e, pela primeira vez no ano, todas as regiões do País registraram recuo nos preços.

O resultado reflete um quadro em que 29 dos 35 itens pesquisados apresentaram queda ou oscilações de baixa intensidade, entre -0,50% e +0,50%, enquanto apenas seis registraram altas acima desse limite.

"As variações observadas foram de baixa intensidade e ainda não configuram estabilidade de preços. Para isso, é preciso acompanhar esse comportamento ao longo dos próximos meses", disse Milan. Com o novo recuo, o valor médio da cesta passou de R$ 819,81 para R$ 813,44.

Já no recorte da cesta de alimentos básicos, composta por 12 itens, o preço médio nacional apresentou queda de 0,44% em julho, passando de R$ 353,42 para R$ 351,88.