Gás para Todos: distribuidoras aceitam vender GLP a preço de atacado

13/08/2025 às 20:36 atualizado por Denise Luna - Estadão
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Um dos impasses para o anúncio do programa do governo Gás para Todos foi ultrapassado esta semana, segundo apurou o Estadão/Broadcast, com a aceitação, pelas distribuidoras, da venda do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao preço de atacado, e não a varejo como pretendiam. Segundo pessoas ligadas ao tema, o programa deve ser anunciado ainda em agosto e um pouco menor do que o previsto inicialmente.

Antes seriam 20,5 milhões de famílias com seis cargas de GLP por ano, ou seja, 120 milhões de cargas. Agora a previsão é de que sejam 68,5 milhões de cargas inseridas no programa. Só terão o benefício famílias com duas pessoas ou mais.

A família com duas pessoas receberá, por ano, carga correspondente a três botijões de 13 quilos por ano; a com três pessoas, quatro; e, com quatro ou mais pessoas, seis. Cada botijão dura, em média, dois meses para uma família de quatro pessoas.

Outro impasse continua na mesa, o da obrigação de as distribuidoras aumentarem o número de botijões disponíveis. Cada botijão de 13 quilos representa um custo de R$ 200, o que demandaria investimentos elevados das distribuidoras.

Segundo indivíduos a par do assunto, a entrada da Petrobras no mercado de distribuição de GLP atropelou o lançamento do programa, um movimento visto com cautela pelo setor, depois que a presidente da empresa, Magda Chambriard, atribuir a volta ao segmento ao aumento da margem do negócio, que, segundo ela, teria evoluído 188% entre 2020 e 2023.

A Petrobras atuava no mercado de gás de cozinha por meio da Liquigás, vendida em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, por R$ 4 bilhões para um consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.

Segundo operadores do setor, com a saída da estatal do mercado, o GLP ficou mais competitivo, mas observam que a rentabilidade não é eterna, e que os acionistas da estatal podem acabar sendo punidos.