Ibovespa mantém leve correção pelo 2º dia, em baixa de 0,3%, a 157,1 mil pontos

13/11/2025 às 18:41 atualizado por Luís Eduardo Leal e Maria Regina Silva - Estadão
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Após ter praticamente refugado na quarta-feira, 12, no que seria a primeira realização de lucros após a série de 15 altas - 12 das quais em níveis recordes consecutivos -, o Ibovespa trocou a relativa estabilidade vista no fechamento de ontem e também ao longo de boa parte da sessão desta quinta-feira, 13, ao acentuar perdas à tarde - em linha com o observado em Nova York - e encerrar em baixa, ainda que moderada na reta final a 0,30%, aos 157.162,43 pontos.

Na mínima da sessão, mostrava no meio da tarde perda de 0,71%, aos 156.509,44 pontos, saindo de abertura aos 157.632,99 e tocando máxima do dia a 158.319,14 pontos. O giro financeiro foi a R$ 29,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 2,01% e, no mês, acumula ganho de 5,10%. No ano, avança 30,66%.

"O Ibovespa acompanhou o cenário internacional, com bolsas americanas em queda firme apesar do fim do shutdown a interrupção por 43 dias de atividades públicas essenciais dos EUA, como a divulgação de dados econômicos oficiais. Os negócios com ações em Nova York seguem pressionados, também, pelo segmento de tecnologia, em correção ante a percepção de que os valuations precificações observados no setor estão esticados", diz Bruno Perri, estrategista, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos.

Em Nova York, nesse contexto, destaque mais uma vez para o forte ajuste no Nasdaq, em retração de 2,29% no fechamento desta quinta-feira, à frente do S&P 500 (-1,66%) e do Dow Jones (-1,65%). No mês, as perdas acumuladas pelo Nasdaq chegam agora a 3,60%.

Na B3, Petrobras ON e PN, que contribuíam para algum equilíbrio do Ibovespa mais cedo, limitaram os ganhos do dia a 0,90% e a 0,43%, pela ordem, no fechamento. E Vale ON, a principal ação do Ibovespa, oscilou do meio para fim da tarde ao terreno negativo, em baixa de 0,14% no encerramento. Por outro lado, Banco do Brasil ON, que pesava um pouco mais até o meio da tarde, moderou o ajuste posterior ao balanço trimestral, a -1,32% no fechamento da sessão, em dia positivo para as demais instituições financeiras - destaque para BTG (+0,61%).

Por sua vez, Hapvida segurou a ponta perdedora do Ibovespa na sessão, em queda de 42,21% no fechamento, também após a publicação do balanço trimestral, à frente de Raízen (-6,45%) e de Braskem (-4,89%). Na ponta ganhadora do índice da B3, MRV (+5,16%), Allos (+4,58%) e MBRF (+4,36%).

Para Victor Borges, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o fim da shutdown nos Estados Unidos, com a retomada gradual das atividades e o pagamento dos salários que ficaram em atraso no período, não apaga o efeito negativo já percebido na economia americana, e traz dúvidas, também, quanto à "seriedade e credibilidade" de dados econômicos que ficaram por ser divulgados, como os de inflação e emprego.

Nesta quinta, a porta-voz da Casa Branca chegou a mencionar que números oficiais ainda não divulgados poderão jamais vir a público - uma omissão que seria muito sentida no momento em que o Federal Reserve segue em busca de novos sinais sobre os preços e o mercado de trabalho, em meio ao processo de cortes de juros nos EUA, iniciado em setembro e a que deu continuidade na reunião do fim de outubro.

Em relatório, Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial, aponta que o Índice de Força Relativa (IFR) do Ibovespa - uma métrica utilizada para verificar se está 'sobrecomprado' ou 'sobrevendido' - atingiu na terça-feira, 11, o último dia do rali de 15 sessões, um dos maiores níveis já observados no indicador. "Buscamos no histórico momentos em que o IFR alcançou níveis semelhantes e os resultados são consistentes: movimentos de realização no curto prazo, seguidos pela continuação da tendência de alta, antes que sinais mais estruturais de enfraquecimento surjam", diz.

"Nos episódios de 1997 e 1999, o padrão foi claro: correções rápidas, entre 4% e 7%, logo após o IFR extremo; retomada da alta e, apenas depois disso, vieram divergências e quedas mais profundas provocadas por fatores externos ou perda de momentum", acrescenta Siqueira.