Índice de Preços dos Alimentos da FAO cai 1,6% em outubro ante setembro
O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recuou 1,6% em outubro ante setembro, marcando o segundo mês consecutivo de queda. A média ficou em 126,4 pontos, 2,1 pontos abaixo do nível revisado do mês anterior (128,5 pontos). Com isso, o indicador permanece 33,8 pontos (21,1%) abaixo do pico histórico registrado em março de 2022 e levemente inferior ao nível de outubro de 2024.
Segundo a FAO, o declínio geral foi resultado das reduções nos índices de cereais, laticínios, carnes e açúcar, que compensaram o avanço dos óleos vegetais.
O subíndice de preços dos Cereais ficou em 103,6 pontos, queda de 1,3 ponto (1,3%) em relação a setembro e 9,5% abaixo de outubro de 2024. Todos os principais grãos apresentaram retração. O trigo caiu 1,0%, refletindo ampla oferta global e boas perspectivas de produção no Hemisfério Sul, além do avanço do plantio de trigo de inverno no Norte. Os grãos grossos recuaram 1,1%, com baixas para cevada, milho e sorgo - movimento parcialmente compensado por cortes de produção esperados na União Europeia e nos Estados Unidos e por novos acordos comerciais entre China e EUA. Já o arroz teve queda de 2,5%, pressionado pela intensificação da concorrência e pelo início das colheitas nos principais países exportadores do Hemisfério Norte.
O subíndice de Óleos Vegetais avançou 0,9%, para 169,4 pontos, o maior nível desde julho de 2022. O aumento refletiu altas nos preços de óleo de palma, canola, soja e girassol. As cotações do óleo de palma se recuperaram após a queda de setembro, impulsionadas pelas expectativas de menor oferta exportável, diante da ampliação planejada da mistura de biodiesel na Indonésia em 2026, embora a produção na Malásia tenha superado previsões. Os preços do óleo de girassol subiram pelo quarto mês seguido, com oferta restrita da região do Mar Negro, enquanto os de canola e soja avançaram diante da escassez na União Europeia e da forte demanda no Brasil e nos EUA.
O subíndice de Carnes recuou 2,0%, para 125,0 pontos, interrompendo oito meses de altas. A queda foi puxada pelas reduções nas carnes suína e de aves, e pela baixa na ovina, parcialmente compensadas por leve alta na bovina. O preço da carne suína caiu em meio à oferta global abundante e à menor demanda chinesa após a imposição de novas tarifas. Os preços da carne de aves recuaram diante da queda das exportações do Brasil, redirecionadas a mercados de menor valor por restrições da China relacionadas à influenza aviária.
O subíndice de Lácteos caiu pelo quarto mês consecutivo, para 142,2 pontos, retração de 3,4% ante setembro, mas ainda 2,7% acima do nível de um ano atrás. Todos os produtos lácteos registraram quedas - manteiga (-6,5%), leite em pó integral (-6,0%), desnatado (-4,0%) e queijo (-1,5%). A ampla oferta da União Europeia e da Nova Zelândia e a fraca demanda da Ásia e do Oriente Médio pressionaram os preços.
O subíndice de Açúcar registrou média de 94,1 pontos, queda de 5,3% ante setembro e o menor nível desde dezembro de 2020. A baixa foi atribuída à expectativa de ampla oferta global, impulsionada pela forte produção no sul do Brasil, e às perspectivas positivas para as safras da Tailândia e da Índia. A queda do preço internacional do petróleo também pesou sobre o açúcar, reduzindo o incentivo ao uso de cana para biocombustíveis.



