Produção de ração animal sobe 1,2% no mundo e 2,4% no Brasil em 2024, diz estudo
A pesquisa, que reúne informações de 142 países e mais de 28 mil fábricas, mostra que o setor se recuperou em 2024 após um ano anterior marcado por estagnação
São Paulo, 27 - A produção global de ração animal cresceu 1,2% em 2024, passando de 1,380 bilhão para 1,396 bilhão de toneladas, mesmo diante de desafios como a gripe aviária altamente patogênica, eventos climáticos extremos e incertezas econômicas. Os dados são do relatório Agri-Food Outlook 2025, da Alltech, uma das líderes globais em nutrição animal e biotecnologia. A pesquisa, que reúne informações de 142 países e mais de 28 mil fábricas, mostra que o setor se recuperou em 2024 após um ano anterior marcado por estagnação. O Brasil produziu 86,636 milhões de toneladas de ração animal em 2024, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, o dobro da expansão da média global. Com esse desempenho, o País manteve a terceira posição entre os maiores produtores do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. No caso brasileiro, o crescimento foi puxado principalmente pelos setores de aquicultura (+8,6%), bovinos de corte (+7%) e aves de postura (+6,5%). Segmentos como frangos de corte (+1,6%), bovinos de leite (+1,5%) e suínos (+1%) também avançaram. Apenas a produção para equinos se manteve estável. "A avicultura segue em expansão, favorecida pelo protagonismo do Brasil nas exportações de carne de frango e pela demanda interna por proteína acessível", destaca o relatório. Entre os dez maiores produtores mundiais, o Brasil apresentou um desempenho superior ao da China, que teve queda de 2,03%, e ao dos Estados Unidos, com alta de apenas 0,68%. Destaque ainda para a Índia (+4,56%), Rússia (+8,53%) e Turquia (+4,83%). Juntos, os dez países mais relevantes foram responsáveis por 65,6% da produção global. Espécies O levantamento mostrou que a ração para aves experimentou aumentos na produção tanto para frangos de corte (385,415 milhões de toneladas; +1,8%) quanto para aves de postura (173,038 milhões de toneladas; +1,4%). "Para aves de postura, a lenta taxa de crescimento de 1,4% refletiu os desafios enfrentados pelo setor, incluindo as interrupções pela gripe aviária e o excesso de oferta em algumas regiões", afirma o relatório. A produção global de ração para suínos recuou 0,6% em 2024, para 369,293 milhões de toneladas. A tonelagem de ração para bovinos de leite aumentou 3,2%, para 165,500 milhões de toneladas, em virtude da robusta demanda do consumidor, preços favoráveis do leite e uma mudança para práticas agropecuárias mais intensivas. A quantidade de ração para bovinos de corte aumentou de 131,6 milhões de toneladas em 2023 para 134,1 milhões de toneladas em 2024, alta de 1,8%. A produção global de rações para o setor de aquicultura diminuiu 1,1%, em 2024, para 52,966 milhões de toneladas, continuando uma tendência de queda para o setor que surgiu pela primeira vez em 2023. A tonelagem de ração para pets aumentou 4,5%, para 37,692 milhões de toneladas em 2024, impulsionada por tendências contínuas de produtos premium (incluindo dietas funcionais e a "humanização" dos animais de estimação), crescimento na adoção de animais de estimação e inovação contínua nas ofertas de produtos do setor. Continua sendo um dos setores de crescimento mais rápido do mundo. A produção de ração para equinos aumentou 2,3%, para 9,630 milhões de toneladas, impulsionado pelas tendências de produtos premium e pelo crescente interesse em cuidados focados na nutrição entre os proprietários de cavalos, bem como pela crescente participação em atividades equestres e pela disponibilidade amplamente melhorada de rações especializadas. Resultados regionais A produção de ração caiu ligeiramente (0,8%) na região Ásia-Pacífico, para 533,1 milhões de toneladas, enquanto a América do Norte produziu 290,7 milhões de toneladas. Na América Latina, o crescimento foi de 3,6%, para 198,4 milhões de toneladas. A produção da Europa em 2024 foi 267,8 milhões de toneladas (aumento de 2,7%), com África e Oriente Médio tendo fabricando 95,5 milhões de toneladas, com expansão de 5,4%, a maior entre todas as regiões. Já a Oceania ampliou a produção em 2,5%, para 11 milhões de toneladas.