Safra 2025/26 de cana deve alcançar 668,8 milhões de t, diz Conab
São Paulo, 26 - A produção brasileira de cana-de-açúcar para a safra 2025/26 está projetada em 668,8 milhões de toneladas, representando uma queda de 1,2% em comparação à safra anterior, de acordo com o segundo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na manhã desta terça-feira, 26. Este declínio ocorre apesar do aumento de 1% na área dedicada ao cultivo, que agora soma 8,85 milhões de hectares. A redução é atribuída a uma diminuição de 2,1% na produtividade média nacional, fixada em 75.575 quilos por hectare.
Em comparação com o primeiro levantamento de safra de cana-de-açúcar da Conab, divulgado em 29 de abril, quando se previa a colheita de 663,44 milhões de toneladas, houve reajuste positivo de 0,81% na estimativa desta terça.
As condições climáticas adversas, observadas principalmente em 2024, afetaram negativamente a rebrota e o desenvolvimento das lavouras, com destaque para a região Centro-Sul do País, informa a Conab, em nota. Eventos como incêndios, irregularidade hídrica e altas temperaturas afetaram especialmente os canaviais do Sudeste. Nesta região, a produção deve cair 3,4% em relação à safra passada, com uma colheita estimada de 424,5 milhões de toneladas. São Paulo, responsável por 50% da produção nacional, enfrenta uma redução de aproximadamente 15,65 milhões de toneladas em comparação ao ciclo anterior.
No Centro-Oeste, a ligeira perda de produtividade, passando de 78.540 quilos por hectare para 78.093, será compensada por um aumento de 3,8% na área cultivada, resultando em uma produção de cerca de 150 milhões de toneladas, um crescimento de 4,7 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
A Região Norte verá um incremento de 5% na área plantada, mas ainda assim enfrentará uma diminuição de 5,6% na produção em relação ao ciclo anterior, totalizando 3,8 milhões de toneladas de cana. Já o Nordeste e Sul terão aumento tanto na área quanto na produtividade, com aumentos projetados de 1,6% e correspondendo a colheitas de 55,2 milhões e 35,2 milhões de toneladas, respectivamente.
Embora a produção total de cana para etanol deva diminuir 8,8%, a produção de etanol a partir do milho deverá subir 14,5%, atingindo 8,98 bilhões de litros. Isto busca minimizar a queda geral na produção de etanol, que é projetada em 35,74 bilhões de litros, uma redução de 3,9% ante ao ciclo anterior.
A qualidade do Açúcar Total Recuperável (ATR) sofreu, principalmente no Centro-Sul, devido às condições climáticas, afetando preços de açúcar e etanol no mercado. A elevação da mistura E27 para E30 a partir de agosto deverá aumentar o consumo estrutural de etanol anidro, influenciando sua demanda e preço no mercado interno, diz a Conab.