Trump celebra acordo, mas China afirma não temer guerra comercial
O pacto ocorreu após dois dias de reuniões no começo da semana, em Londres, com representantes dos dois países.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira, 11, que chegou a um acordo com a China para retomar os termos da trégua comercial firmada em maio. As tratativas também incluíram o fim de restrições do governo americano à frequência de estudantes chineses em universidades dos Estados Unidos. O pacto ocorreu após dois dias de reuniões no começo da semana, em Londres, com representantes dos dois países.
Em sua rede social, a Truth Social, o republicano escreveu que o pacto precisa ainda passar pela aprovação dele e do presidente da China, Xi Jinping. "O relacionamento (com a China) é excelente!", escreveu Trump.
A reação chinesa às negociações em Londres, porém, foi muito mais contida. De acordo com o Ministério do Comércio da China, as conversas comerciais com os Estados Unidos avançaram, mas o país fez cobranças diretas a Washington e reiterou sua disposição de manter firmeza em disputas tarifárias. Segundo comunicado de Pequim, "não há vencedores em uma guerra comercial" e, embora o país não esteja disposto a "travá-la", também "não teme enfrentá-la".
Os detalhes completos do acordo não foram divulgados, mas envolve o relaxamento do veto da China sobre remessas de minerais de terras raras e minerais necessários para os fabricantes americanos. Em troca, as autoridades americanas reverteriam os limites que haviam imposto às exportações de produtos e tecnologia americanos, incluindo peças de aeronaves.
Embora Trump tenha descrito ter firmado um "acordo", as autoridades não anunciaram progresso em nenhuma outra questão comercial, além de reverter tarifas recíprocas baixadas por Trump e retaliadas por Xi no começo de abril. Segundo Trump, as tarifas dos EUA sobre a China seriam "de um total de 55%".
Wendy Cutler, vice-presidente da Asia Society e ex-negociadora comercial dos EUA, disse que os Estados Unidos "parecem ter pago um preço alto" para recuperar o acesso aos minerais da China, ao colocar na mesa de negociação itens de tecnologia.
"Essas questões foram deliberadamente mantidas fora da mesa de negociações por anos. Ao aparentemente reverter agora essa posição, os EUA abriram para a China uma porta que será difícil de fechar."
Queda de braço
As tensões entre os Estados Unidos e a China começaram a se agravar depois que Trump anunciou suas tarifas no que classificou como Dia da Libertação no início de abril. A China foi o único país a retaliar imediatamente, igualando as tarifas de 34% de Trump com taxas iguais sobre produtos americanos.
Pequim também criou um sistema de licenciamento para restringir as exportações de sete elementos de terras raras que são extraídos e processados quase exclusivamente na China e usados em carros elétricos e até em bombas inteligentes.
Trump então respondeu aumentando as tarifas sobre produtos chineses para um patamar de 145%, o que paralisou grande parte do comércio entre os países. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.