BSCA critica retirada de tarifa de reciprocidade sobre importação de café dos EUA

Na última sexta-feira (14/11), o governo americano anunciou a retirada da tarifa de reciprocidade de 10% a todos os seus parceiros comerciais, sobre diversos produtos agrícolas. Entre eles, estão o café, cortes de carne bovina, açaí, castanha do Pará, tapioca, mandioca e frutas diversas, como a banana, laranja e coco. 

As novas isenções não mudam a tarifa adicional de 40% imposta sobre Trump sobre vários produtos brasileiro em julho.

Mas a notícia, recebida a princípio com comemoração pelo setor, deve prejudicar ainda mais os envios de café para os Estados Unidos, já que países como Colômbia e Vietnã, tiveram a sua tarifa zerada. Os Estados Unidos são os principais compradores de café brasileiro e respondem por 16% de tudo o que o país exporta, segundo o Ministério da Agricultura. Com o tarifaço imposto por Trump, as importações americanas caíram cerca de 51,5% entre agosto e outubro.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), divulgou em comunicado que lamenta o fato de a nova ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, não conter a exclusão integral das tarifas de 50% impostas sobre os cafés do Brasil, principalmente os cafés especiais, a serem importados pelos norte-americanos.
 
A associação explica que tal situação, de manutenção de elevada posição tarifária imposta ao Brasil, amplia as distorções no comércio e tende a intensificar, no curto prazo, a queda nas exportações de cafés especiais aos Estados Unidos.
 
De agosto a outubro, os três meses de vigência do tarifaço, os embarques de cafés especiais do Brasil aos EUA, o principal mercado importador desse produto nacional, caíram cerca de 55%, saindo de 412 mil sacas de 60 kg no mesmo período de 2024 para as atuais 190 mil sacas.
 
A BSCA anseia pela aceleração das negociações entre Brasil e EUA, de modo a corrigir as distorções no comércio cafeeiro entre os países.

Informações: BSCA