Concessão da Rota Agro vai potencializar escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro
Leilão das BRs 060/364/GO/MT, que acontece nesta quinta (14), em São Paulo, é fundamental para garantir que o alimento chegue à mesa de milhões de brasileiros
Melhorar o escoamento da produção agrícola, facilitar a distribuição de alimentos e reduzir as desigualdades logísticas regionais têm sido algumas das prioridades do Ministério dos Transportes.
Diretrizes que serão impulsionadas com o leilão da Rota Agro (BRs 060/364/GO/MT), que acontece nesta quinta-feira (14), em São Paulo. Estamos falando de dois importantes berços dos insumos nacionais, Goiás e Mato Grosso, que terão suas estradas aprimoradas, beneficiando milhões de cidadãos e aumentando a oferta de produtos tanto para o mercado interno quanto para exportação.
“Nós é que levamos a comida à mesa do brasileiro e é difícil passar uma semana sem um acidente nessa estrada, quase todo dia acontece. Melhorar essa estrada vai ajudar muito”, conta Enivaldo Policena De Souza, vice-presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (Coopfam).
A agropecuária brasileira cresceu 12,2% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao último trimestre do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Boa parte dessa produção é escoada pela Rota Agro, um dos principais corredores logísticos da região Centro-Oeste. O trecho, de 490 quilômetros entre Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT), é conhecido pelo intenso tráfego de veículos de carga e de passeio, que disputam espaço nas vias ao longo do percurso.
A concessão das rodovias ampliará a segurança dos motoristas, com mais iluminação, sinalização, monitoramento de acidentes, atendimento médico, passarelas para pedestres e Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros.
“Sempre os motoristas reclamam que não há ponto de parada, e quando chegam no posto, às vezes não tem mais espaço para o caminhoneiro descansar”, desabafa o sócio da empresa T. B. O. Transportes, Tarcisio Barbosa de Oliveira. “A pessoa acaba tendo que dormir à beira da rodovia, correndo risco de ser assaltada”, completou.
A vida no campo
E para quem tem a terra como sustento, como é o caso do engenheiro agrônomo Jacson Ferreira da Silva, que atua na pecuária e no cultivo de frutas, uma infraestrutura renovada é sinônimo de mais qualidade de vida para a família.
“Um dos maiores gargalos que temos na região é a logística, por causa das distâncias que Mato Grosso oferece para quem produz aqui”, disse Jacson. “É preciso melhorar muito, não só a logística, mas também a segurança”, ressalta.
O secretário de Assuntos Estratégicos de Cáceres (MT), Jeremias de Pereira Leite, destacou a importância das rodovias para o escoamento da produção local. “Essa estrada que corta nosso município é um canal fundamental para a logística. Quando concluirmos essa duplicação, daremos um salto de qualidade muito grande. Nosso município e toda a região certamente vão dar ao Governo Federal apenas aplausos”, celebrou.
Asfalto novo
Atualmente cerca de 80% das rodovias de Mato Grosso, que ocupa o primeiro lugar na produção nacional de grãos, estão em bom estado de conservação. Em 2022, último ano do governo anterior, o índice era de apenas 67%. Em Goiás, o índice de estradas federais em boas condições é ainda maior: chega a 86%. No fim de 2022, era de 70%.
A combinação de boas estradas e produção agrícola crescente está entre os fatores que contribuíram para a recente saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A prova de que uma infraestrutura de transportes de qualidade é fundamental para mudar vidas.
Com informações da Assessoria Especial de Comunicação do Ministério dos Transportes