Costa do Marfim reduzirá exportações de cacau devido à queda na produção

O maior produtor mundial de cacau limitará suas vendas internacionais na temporada 2025/26, em resposta à diminuição das colheitas causadas por doenças e mudanças climáticas

26/03/2025 às 09:52 atualizado por Allana Ferrsouza - SBA
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A Costa do Marfim reduzirá a quantidade de cacau disponível para venda nos mercados internacionais a partir da safra de 2025/26, segundo fontes regulatórias. O limite de vendas contratuais será diminuído para 1,3 milhão de toneladas, abaixo dos 1,7 milhão de toneladas habituais. A decisão ocorre após dois anos consecutivos de declínio na produção devido a fatores climáticos adversos, envelhecimento das plantações e a disseminação de doenças nas plantas.

O Conselho de Café e Cacau da Costa do Marfim (CCC) alertou que a redução na produção não é um fenômeno cíclico, mas sim uma tendência estrutural. A produção de cacau caiu de 2,3 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 para cerca de 1,75 milhão de toneladas na temporada seguinte, com expectativas de níveis semelhantes para 2024/2025.

A Costa do Marfim é o maior produtor mundial de cacau, com cerca de 70% a 80% de sua produção vendida antecipadamente por meio de contratos no mercado global. Para a temporada de 2022/2023, as vendas contratadas somaram 1,7 milhão de toneladas. No entanto, com a redução da produção, essa quantidade será limitada a 1,3 milhão de toneladas na safra de 2025/26.

A principal causa do declínio na produção é a disseminação da doença do broto inchado, que afeta cerca de metade das plantações de cacau do país. Não há tratamento para essa doença viral, que se espalha rapidamente entre as 13 regiões produtoras de cacau. Além disso, o clima irregular, com chuvas esparsas e períodos de seca, também tem prejudicado a produção.

O CCC acredita que o rejuvenescimento das plantações com novas sementes pode ajudar a recuperar parte da produção a longo prazo. As plantações envelhecidas, que representam cerca de 70% da produção do país, são mais vulneráveis a doenças e mudanças climáticas. O país também enfrenta desafios climáticos que impactam as safras, com previsões preocupantes para a colheita intermediária de 2024/2025.

A situação climática entre abril e junho de 2025 será crucial para avaliar a safra principal de cacau. De acordo com fontes do CCC, as condições atuais são semelhantes às de 2023 e 2024, o que levanta dúvidas sobre a recuperação da produção a curto prazo.

Informações: Notícias agrícolas