Estudos da Seapi com eucalipto, pinus e acácia são apresentados no encontro “Expedição Silvicultura”
As florestas plantadas, de acordo com os estudos, têm grande impacto na redução de gases do efeito estufa
O pesquisador e engenheiro florestal Jackson Brilhante, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), participou na tarde desta quinta-feira (06/11), em Porto Alegre, do encontro “Expedição Silvicultura”. A expedição, que está percorrendo diversos estados brasileiros, tem por objetivo fazer uma coleta de dados e insights para as florestas plantadas no Brasil.
Jackson, que também é coordenador do Plano ABC+ RS, apresentou as metas do Plano ABC+, que buscam expandir em 322 mil hectares as florestas plantadas no Rio Grande do Sul. “É uma política pública que fomenta a adoção desta importante tecnologia que tem grande impacto na redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou.
O pesquisador também apresentou estudos desenvolvidos pela Secretaria e parceiros com acácia, eucalipto e pinus. No caso do pinus, as pesquisas começaram em fevereiro deste ano na região de Mostardas, no litoral sul do Rio Grande do Sul. “Estão sendo feitas análises de gases, estão sendo coletadas amostras de solo e determinação de carbono estocado na parte aérea, mediante avaliação de inventário. A ideia é que já tenhamos alguns resultados deste trabalho em 2026”, disse Brilhante.
A pesquisa com eucaliptos
Uma das pesquisas com eucaliptos fez a primeira investigação sobre os efeitos do manejo de resíduos da colheita de eucalipto no balanço de gases de efeito estufa (GEE) em solos arenosos sob clima subtropical no Brasil. A pesquisa foi conduzida com o objetivo de avaliar diferentes estratégias de manejo florestal e seus impactos sobre o potencial de aquecimento global, com foco na mitigação das emissões de GEE e no sequestro de carbono.
Os resultados demonstraram que a prática de manejo que preserva integralmente os resíduos da colheita de eucalipto apresentou os menores valores de GWP (potencial de aquecimento global) associados ao solo, indicando maior capacidade de sequestro de carbono em comparação com os demais manejos de solo. Essa estratégia também mostrou potencial para aumentar a oxidação de metano, contribuindo adicionalmente para a redução das emissões.
“Esses resultados contribuem para o avanço do conhecimento sobre o papel dos sistemas florestais no contexto da agricultura de baixa emissão de carbono e oferecem subsídios para políticas públicas voltadas à sustentabilidade do setor florestal brasileiro”, apontou o pesquisador do DDPA.
Participaram do estudo, além da Seapi, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), a Embrapa Florestas, a CMPC Brasil e o Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Veja aqui o estudo completo.
Expedição Silvicultura
O Rio Grande do Sul é o último estado a receber a Expedição Silvicultura, que já realizou eventos em outros oito estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) e percorreu 14 estados.
Nos encontros, são apresentados um diagnóstico das florestas plantadas de cada estado, o status atual do mercado e compartilhadas inovações tecnológicas e pesquisas voltadas à produtividade florestal.
“No encontro, nós falamos sobre a Expedição, que está indo para campo coletar dados para poder validar o mapeamento que a Canopy faz por satélite. E a expedição está sendo um sucesso, a gente já visitou centenas de propriedades onde está fazendo o inventário florestal, e visitou 14 estados responsáveis por 98% da área total plantada no país”, explicou Fábio Gonçalves, da Canopy Remote Sensing Solutions, uma das organizadoras da Expedição junto com a Embrapa Florestas.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação



