Expointer 2025: Aters fortalece pesca artesanal e lança Semana do Pescado

Pelo segundo ano consecutivo, a Pesca Artesanal traz o tema para discussão

01/09/2025 às 17:29 atualizado por Redação - SBA
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A 22ª edição da Semana do Pescado foi lançada nesta segunda-feira (01/09) no Espaço da Emater/RS-Ascar na 48ª Expointer, em um evento que reuniu pescadores e representantes de colônias de pescadores artesanais do Rio Grande do Sul e de entidades como Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Conab, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e extensionistas de várias regiões do Estado. "Pelo segundo ano consecutivo, a Pesca Artesanal traz o tema para discussão durante a Expointer", celebra o chefe da Divisão de Pesca e Aquicultura da SDR, Marlon Arendt, ao destacar a regulamentação da legislação voltada à pesca e à atualização da Instrução Normativa 17, discutida pelo Fórum do Litoral Norte.

"Evoluímos muito na inclusão social e produtiva do pescador artesanal", afirma a superintendente do MPA no RS, Ana Spinelli, ao recordar o início do trabalho da Emater/RS-Ascar com o pescador sem documentação. "Hoje as mulheres não são mais mulheres de pescadores ou donas de casa. Elas são pescadoras", cita Ana, que também foi extensionista e acompanha há mais de 25 anos o trabalho da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) junto aos pescadores artesanais no RS.

Um dos primeiros extensionistas a trabalhar com pescadores artesanais pela Emater/RS-Ascar, hoje aposentado, Delmar Dietz, participou do encontro e recordou o início do reconhecimento da pesca como atividade profissional a partir dos conselhos municiais da pesca, que foram criados para validar os projetos através do RS Rural. "Na época, o pescador não tinha documentação e conta bancária, e a legislação estadual permitia como identificação a carteira amarela", lembra, ao celebrar a criação do Fórum do Litoral Norte em 2007, em Capão da Canoa. "De lá para cá, a luta se fortaleceu e hoje o pescador artesanal é reconhecido", avalia Dietz.

"Seja de rio, lagoa ou do mar, ser pescador é um modo de vida", defende o coordenador estadual da Pesca Artesanal pela Emater/RS-Ascar, James Roth. Ele anunciou para 2026 a realização do Diagnóstico da Pesca Artesanal no RS, que está sendo construído com os pescadores, na busca por definir demandas e prioridades para a realização desse levantamento. "Pelos relatos, os desafios são complexos, mas precisamos nos qualificar de forma permanente para melhor atender às demandas", diz Roth.

Também falaram sobre a realidade e os desafios a serem superados pela atividade os pescadores artesanais Sandro Roberto Levandoscki, conhecido como Pescador Mano, atual presidente da Associação dos Pescadores de Cidreira (Aspecid), Regina Pereira, secretária da Colônia Z4, de Itapuã, e Airton da Rosa Correa, também da Z4.

Silvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, falou sobre os problemas enfrentados pelo pescador artesanal pelas legislações a que são submetidos, e defendeu a inclusão do pescado, incentivando seu consumo, através de políticas públicas como os programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição de Alimentos (PAA), sendo incorporado nas cozinhas solidárias em todo o país.

Representando o secretário estadual da SDR, Vilson Covatti, Aníbal Ribas destacou o trabalho da Emater/RS-Ascar como "uma política pública estadual, com capacidade técnica e comprometida com os assistidos".

Ao final do debate, foram degustadas receitas à base de pescado, como canapés com abobrinhas, que são apresentadas na Cozinha Show, no Pavilhão da Agricultura Familiar, nesta terça-feira (02;09), às 13h, e na quarta-feira (03/09), às 12h, em comemoração à Semana do Pescado, lançada nesta segunda-feira.

ATERS

O setor da Pesca Artesanal envolve centenas de famílias em todo o Rio Grande do Sul que praticam a pesca nos mais diferentes ambientes, utilizando diversas artes de pesca. Para conhecer o trabalho desenvolvido pela Aters ao longo de mais de 20 anos no Estado, a Emater/RS-Ascar apresenta na temática da Pesca Artesanal a atuação extensionista na adequação às normas legais, no incentivo à agroindustrialização, no beneficiamento de pescado e na comercialização, passando pela organização e melhorias na atividade.

O trabalho da Aters com pescadores artesanais é reconhecido por sua contribuição na organização da categoria, no fortalecimento da economia local, na preservação dos recursos hídricos e na promoção da segurança alimentar. A atividade também ressalta a importância da reprodução social dessas famílias, seus modos de vida e a convivência com os ecossistemas. Diante das mudanças climáticas, que impactam tanto a captura quanto a rotina do ofício, a presença da pesca artesanal na Expointer representa uma oportunidade de refletir sobre a dimensão social da Extensão Rural e Social.

Foto: Divulgação Emater/RS-Ascar.