Mato Grosso do Sul: tomada de crédito agrícola cai 53% em outubro
Juros altos e questões climáticas interferiram na postura mais conservadora dos produtores
O mês de outubro apresentou retração de 53% nas operações de crédito rural em Mato Grosso do Sul, frente ao mesmo período do ano anterior. O Boletim Econômico de Crédito Rural, divulgado pela Aprosoja/MS, aponta que todas as operações – custeio, investimento, comercialização e industrialização tiveram redução, com destaque para a industrialização que apresentou queda de 82% em relação ao mesmo mês de 2024.
Até o momento, foram utilizados R$ 427,7 milhões, destes, R$ 339,6 milhões para a operação de custeio, R$ 55,6 milhões para investimento, R$ 31 milhões para comercialização e R$ 947 mil para industrialização.
O economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes explica que o cenário é resultado de diversos fatores. “Os juros na casa de 15% ao ano, aliados à lentidão na liberação dos recursos, aumento na inadimplência do setor e insegurança climática resultaram nesta queda, fazendo com que os produtores optem por quitar as dívidas já existentes e adiar novas movimentações financeiras”, afirma Fernandes.
O maior volume dos recursos foi tomado via bancos públicos, totalizando R$ 314,7 milhões.
Plano safra
Lançado em julho deste ano, o Plano Safra 25/26 disponibilizou R$ 516,2 bilhões para o setor produtivo, com o crédito mais caro da história recente. As taxas de juros subiram para todas as categorias de produtores, confira abaixo as alterações:
- Custeio (médios produtores): passou de 8% para 10% ao ano;
- Custeio (grandes produtores): subiu de 12% para 14% ao ano;
- Investimento (Pronamp): de 8,5% a 12,5% ao ano;
- Investimento (demais produtores): pode chegar a 13,5% ao ano.
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Informações: Joélen Cavinatto (Assessoria de Comunicação Aprosoja/MS)
Foto: Arquivo Aprosoja/MS



