Frango: brasileiro vai pagar mais para entrar na Africa do Sul

A África do Sul pretende aumentar as tarifas de importação de aves dos EUA e do Brasil para apoiar produtores locais que querem restrições a entrada de frango mais barato de outros países. A agência de notícias Bloomberg informou que o gerente geral da Associação de Avicultura da Africa do Sul, Izaak Breitenbach, disse que Ebrahim Patel, ministro do Comércio e Indústria, já admitiu aumentar tarifas no ano passado. 

O governo da África do Sul aponta importação de mais de 383 mil toneladas de frango em 2018, fora carne para alimentos processados (como salsichas), o que em volume representa cerca de 19% da oferta total.

Agências de notícias informam que os avicultores argumentam que os preços de aves muito baixos provocam perdas de US$ 436 milhões para as indústrias sul-africanas. A avicultura sul-africana está em dificuldades, dizem, por competir com o comércio desleal de outros países.

Embora a Associação de Avicultura da África do Sul tenha solicitado um aumento das tarifas de cortes de frango congelado com osso de 37% para 82%, e para cortes de frango congelado desossado de 12% para 82%, o governo ainda não decidiu sobre esses aumentos.

A Africa do Sul tem um plano de investimentos de 1,5 bilhão de rands em instalações de produção até o fim do ano, para gerar quase 4 mil empregos. É que a indústria avícola detém o segundo maior peso na agropecuária da África do Sul e já emprega cerca de 110 mil pessoas.

EUA AMEAÇAM RETALIAÇÃO - Atualmente, os EUA revisam o acesso diferenciado ao mercado concedido à África do Sul no Sistema de Preferências Generalizadas, ( um antigo e grande programa de concessões comerciais para economias pobres do mundo). E essa alteração coloca em risco US$ 2,4 bilhões em exportações da África do Sul ao mercado norte-americano.