Governo e autônomos divergem sobre greve de caminhoneiros

Entidades reafirmam intenção de paralisar atividades, mas movimento não acontece

01/02/2021 às 09:04 atualizado por Valdecir Cremon - SBA
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Autoridades do governo federal e líderes de duas associações que convocaram uma manifestação de protesto de caminhoneiros contra tributação e preços de combustíveis para esta segunda-feira (1º) divergem sobre números do movimento. Boletim do Ministério da Infraestrutura e da Polícia Rodoviária Federal, divulgado às 7h (horário de Brasília), afirma que não há paralisações nas rodovias.

Enquanto o governo aposta na falta de representatividade das entidades de caminhoneiros, como a Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB) e o Conselho Nacional dos Transportadores de Cargas, líderes da possível greve afirmam que o movimento está confirmado.

Na sexta-feira (29), a ANTB confirmou a convocação de greve ao governo federal por meio de carta. O presidente Jair Bolsonaro pediu, na quinta, que caminhoneiros não façam greve e justificou o possível agravamento da situação econômica do país, além de reflexos no combate à pandemia.

No final de semana, o ministro de Infraestrutura, Tarciso de Freitas, divulgou nota sobre do governo sobre o corte de impostos para a importação de pneus e estudos para diminuição de valores de multas por excesso de peso em caminhões e carretas, nas rodovias. 

As entidades de transportadores de cargas, porém, reclamam da alta do preço de combustíveis, elevados em mais de 5% pela Petrobras na semana passada e os preços dos fretes, além do descumprimento de lei que prevê o piso mínimo. Uma ação que questiona constitucionalidade da lei que prevê piso mínimo está para ser analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) desde 2018.

Outras reivindicações são a redução do PIS/Cofins incidente sobre o óleo diesel, aposentadoria especial, criação de um marco regulatório para o setor, além de modificações no projeto 4199/2020, o BR do Mar, que trata da regulamentação do setor de cabotagem.

Entidades como a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos divulgaram notas com posicionamento contrário à greve. 

Por volta das 6h30 (BR), caminhoneiros bloquearam duas faixas da rodovia Castelo Branco (SP-310), em São Paulo (SP), com faixas de protesto contra aumento do ICMS sobre alimentos e combustíveis, determinado pelo governador João Dória (PSDB). A paralisação durou cerca de meia hora.

Foto de capa: Gervásio Batista/Agência Brasil