Rio Grande do Sul anuncia compra de 2,2 mil toneladas de leite em pó e setor espera por equilíbrio

No documento, o Executivo informa a reserva de R$ 86.5 milhões para a compra, oriundos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs)

19/11/2025 às 16:07 atualizado por Redação - SBA
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O governo do Rio Grande do Sul anunciou nesta quarta-feira (19/11), a compra de 2,2 mil toneladas de leite em pó foi recebida pelo setor produtivo como o primeiro passo para aliviar a crise de excesso de oferta estabelecida. “É um movimento importante e esperado desde o final de 2024. Esta aquisição foi prometida ainda para amenizar os efeitos da enchente, mas chega em boa hora. Que essa seja a primeira iniciativa de outras tantas que são necessárias. Esperamos que os outros estados replicem este modelo e ajudem a escoar a produção”, destaca o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

A expectativa é de que, na próxima semana, novas medidas sejam anunciadas pelo Governo Federal para amenizar a importação descontrolada de leite dos países do Prata. O setor produtivo reivindica a suspensão das licenças automáticas de importação, pede compras da União e uma política de incentivo às indústrias alimentícias que comprem leite em pó e queijo muçarela de empresas brasileiras.

A aquisição do governo gaúcho foi oficializada via chamada pública de número 0004/2025 publicada no DOE. No documento, o Executivo informa a reserva de R$ 86.5 milhões para a compra, oriundos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). O aporte limita-se à compra de produto de cooperativas produzido em solo gaúcho. Instituições interessadas devem encaminhar documentação até o dia 10 de dezembro. A compra será distribuída para famílias em situação de vulnerabilidade social e nutricional, entre dezembro de 2025 e maio de 2026. “Entendemos que há uma diferenciação entre cooperativas e indústrias nessa decisão, mas, de certa forma, ela beneficia a todos na medida em que escoa parte do produto excedente do mercado, hoje atingido pelas cargas vindas do Uruguai e Argentina”, completou Palharini.

Diretamente da Europa, onde cumpre agenda na COP11, o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Vilson Luiz Covatti, acredita que a medida mostra a sensibilidade do governo com a situação do setor. “Estamos tomando essa atitude, juntamente com o governador Eduardo Leite, para fazermos a nossa parte frente à crise”, enfatizou.

 

A iniciativa acontece depois de reunião realizada nesta terça-feira (18/11), pela Aliança Láctea, onde integrantes do setor da Região Sul do Brasil reforçaram o pedido de apoio em torno do preocupante volume de importações em 2025, o que, na concorrência direta com a produção nacional, agrava a crise no setor leiteiro do Brasil. 

“Temos que unificar o discurso e pedir para o governo adotar uma política de apoio ao segmento leiteiro. Seguimos lutando por isso. Temos uma superoferta de leite. Só no RS, temos um aumento de 12% neste ano. Precisamos de apoio para manter o setor produtivo e sustentável”, afirmou o secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, ao acrescentar que Santa Catarina e Paraná também cresceram, em média, 7% a produção de leite no campo.

Entre as medidas pleiteadas estava a compra pelo governo federal de 100 mil toneladas de leite em pó para programas sociais e escolas, e também a revisão das licenças de importação, tanto de leite em pó quanto de queijo, deixando de ser no sistema automático para buscar limitar a entrada dos importados. O debate aconteceu em Florianópolis (SC) reunindo também representantes de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

 

Informações: Assessoria