Safra 2025/26 inicia com relações de troca desfavoráveis no mercado de fertilizantes
A última vez em que a relação de troca atual foi observada ocorreu em 2022, ano em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia eclodiu e os preços dos fertilizantes dispararam
O Brasil inicia a safra 2025/26 em um dos cenários mais desafiadores dos últimos anos no mercado de fertilizantes, marcado por relações de troca bastante desfavoráveis. De acordo com a StoneX, empresa global de serviços financeiros, esse movimento é observado em outros países e tende a pressionar as margens dos agricultores e colocar em dificuldades os produtores que não possuem um bom gerenciamento de custos e de risco.
Segundo o analista de Inteligência de Mercado, Tomás Pernías, a última vez em que a relação de troca atual foi observada ocorreu em 2022, ano em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia eclodiu e os preços dos fertilizantes dispararam.
No caso do MAP (fosfatado), 2025 tem sido um ano de oferta global apertada, com disputa acirrada entre compradores. De acordo com o analista, os preços permaneceram elevados e, somados às cotações enfraquecidas da soja, resultaram em algumas das piores relações de troca já registradas.
“Em momentos críticos, o produtor precisou de ao menos 30 sacas de soja para adquirir uma tonelada de MAP. Esse quadro levou importadores brasileiros a buscar alternativas à base de fósforo menos concentrado, que por vezes ofereceram um melhor custo-benefício”, realça Pernías.
No mercado da ureia, a volatilidade prevaleceu ao longo de 2025, sem que isso trouxesse vantagens consistentes aos compradores brasileiros. As restrições de exportação impostas pela China, grande fornecedora global, reduziram a oferta, enquanto a Índia, forte importadora, manteve compras ativas em função das monções favoráveis às aplicações de fertilizantes. Esse movimento sustentou os preços internacionais.
“Nos últimos dias, surgiram sinais de alívio. A China anunciou a retomada parcial das exportações de fosfatados e a demanda internacional mostrou resistência a preços mais altos, gerando quedas recentes nas cotações. Ainda assim, como parte importante das compras brasileiras para a próxima safra já foi concluída, os custos elevados registrados ao longo do ano deverão ser absorvidos pelo setor na temporada que se inicia em breve”, conclui o analista.
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