Aeris investe US$ 100 mil em centro de treinamento nos EUA de olho na ampliação de serviços
A fabricante de pás eólicas Aeris Energy anunciou a construção de um centro de treinamento nos Estados Unidos. A unidade demandará um aporte de US$ 100 mil e faz parte da estratégia da companhia de aumentar a participação da área de serviços em sua receita.
O objetivo é qualificar técnicos especializados em reparo de pás eólicas, demanda que vem crescendo diante do envelhecimento dos equipamentos em escala global. O diretor de serviços de Aeris Services Latam, Jonathan Figueiredo, explica que a iniciativa viabiliza o aumento de mão de obra qualificada em território norte-americano, além de ser mais uma área de contato entre a fabricante e seus clientes.
Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), ele afirmou que o projeto nasce diante da necessidade de treinar pessoas para a própria companhia atuar nos EUA, "porque lá o gargalo do crescimento é a falta de mão de obra qualificada em reparo", mas destaca que a estrutura pode, posteriormente, treinar também clientes e outras empresas.
A data estimada de início dos treinamentos é janeiro de 2026, com capacidade para qualificar 30 pessoas por mês, numa área de 600 metros quadrados em prédio equipado com duas salas de aulas teóricas e quatro de treinamento prático.
O executivo lembrou ainda que a política atual dos EUA afeta a construção de novos parques eólicos, apenas, mas que os já existentes seguem funcionando normalmente e demandarão serviços de manutenção. Além disso, por ora, o fornecimento de serviços está imune à guerra tarifária.
Participação
O crescimento da área de serviços tem sido apontado pela Aeris como uma das estratégias para diversificar fontes de receita diante da crise do setor eólico, que atinge o Brasil e outros países. A empresa repactuou suas dívidas ao longo deste ano para fazer frente ao período de baixa demanda de projetos no País.
Em relação ao segmento de serviços, no segundo trimestre deste ano, ocupou 17,8% da receita obtida, e cresceu 28,7% em relação a igual etapa de 2024.
De acordo com Figueiredo, a expectativa é que o mercado de serviços no País perdure, dado o envelhecimento do parque eólico nos próximos anos. Ele destacou ainda que não se pode confundir vida útil com necessidade de manutenção, indicando que o setor já tem procura por serviços de manutenção. "O carro tem vida útil de 20, 30 anos, mas já no segundo ano tem necessidade de manutenção", exemplificou.



