Anfavea: alta em venda de veículos deriva mais de vendas diretas por parte das montadoras
O presidente da Anfavea, entidade que representa as montadoras do País, Igor Calvet, detalhou nesta terça-feira, 9, que o crescimento das vendas de veículos no País que ocorre em 2025 deriva muito mais das vendas diretas por parte das montadoras do que das vendas no varejo propriamente dito.
Conforme detalhou a Anfavea na manhã de hoje, os emplacamentos de veículos cresceram 2,8% entre janeiro e agosto, na comparação com igual período de 2024. Durante a entrevista coletiva de apresentação dos dados, porém, Calvet frisou que essa alta foi puxada pelo crescimento de 12,9% nas vendas diretas, enquanto as vendas no varejo caíram 4,3%.
Além disso, acrescentou o presidente da Anfavea, se forem consideradas apenas as vendas de veículos nacionais no varejo, a queda é de 9,3% no acumulado do ano até aqui. "E quando cai a venda dos veículos nacionais no varejo, também há recuo do uso da tecnologia nacional", mencionou Calvet, citando, por exemplo, os veículos com tecnologia flex, que podem ser abastecidos com álcool e gasolina.
Segundo ele, esse cenário de contração nas vendas é reflexo principalmente do nível restritivo da taxa de juro e já começa a preocupar a entidade, que trabalha com uma projeção de alta na casa de 5% das vendas de veículos totais no ano.
A despeito da perda de tração nas vendas do varejo, Calvet mencionou que o programa Carro Sustentável do governo federal ajudou a impulsionar o emplacamento de alguns veículos, com destaque para os chamados veículos "de entrada" que passaram a contar com isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Entre meados de julho, quando o Carro Sustentável começou a vigorar, e o fim de agosto, os veículos incluídos no programa tiveram crescimento de 26% nas vendas, desempenho que foi considerado surpreendente pelo presidente da Anfavea.