FGV: 70,1% dos trabalhadores afirmam ganhar o suficiente para suas contas essenciais
Sete em cada dez trabalhadores, uma fatia de 70,1%, afirmam conseguir pagar suas contas essenciais nos últimos três meses com a renda auferida, incluindo gastos como moradia, educação, alimentação e saúde. Os dados são da Sondagem do Mercado de Trabalho de outubro, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
"Esse resultado é o melhor observado entre as cinco observações coletadas até então", ressaltou a FGV. O aquecimento do mercado de trabalho parece estar por trás do resultado favorável.
"A evolução favorável do mercado de trabalho nos últimos meses tem indicado não só uma melhora na geração de vagas, mas também um aumento da renda média. Essa elevação salarial parece se refletir no indicador de percepção sobre a renda, que mostra uma ampla maioria conseguindo pagar suas despesas essenciais", afirmou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Questionados sobre as três despesas que mais impactam no orçamento da família, 73,9% dos entrevistados disseram que a alimentação é a que mais pesa, seguida por aluguel ou financiamento com moradia (mencionada por 43,1% dos respondentes) e contas de serviços públicos (41,2%, incluindo água, eletricidade e outras). As despesas com saúde receberam 31,9% de menções, e as despesas com dívidas, 21,0%.
"Ao observar as principais despesas do período, chama atenção o peso da alimentação. Com um cenário inflacionário menos pressionado recentemente, esse alívio pode ter contribuído para melhorar a percepção geral sobre a renda. Por outro lado, destaca-se o fato de que mais de 20% das pessoas apontam as dívidas como uma das despesas mais relevantes no orçamento. Para os próximos meses, diante da expectativa de desaceleração da economia e do mercado de trabalho, não é esperado que os indicadores de percepção sobre a renda mantenham o ritmo de melhora observado até aqui", completou Tobler.
A sondagem mostrou ainda uma elevação na fatia de pessoas muito satisfeitas com o próprio trabalho principal, de 14,1% em setembro para 14,3% em outubro, enquanto a proporção de satisfeitos saiu de 62,2% para 62,6% no período, e a de insatisfeitos, de 6,8% para 6,1%.



