Ibovespa abandona alta e cai de olho em Galípolo e petróleo

12/11/2025 às 11:27 atualizado por Maria Regina Silva - Estadão
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O Ibovespa abriu a quarta-feira, 12, em alta, tentando avançar pela 16ª sessão seguida, indo aos 158 mil pontos, refletindo a valorização no pré-mercado de ações de Nova York e de 1,38% do minério de ferro no fechamento desta quarta-feira em Dalian, na China. O tom positivo nas bolsas internacionais reflete a expectativa de abertura do governo dos Estados Unidos, após a mais longa paralisação da história do país.

No entanto, há pouco, o Ibovespa mudou de direção e perdeu a marca dos 158 mil pontos, renovando mínimas, em meio ao recuo de cerca de 2% nas cotações do petróleo e com investidores de olho no presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Hoje tem vencimento de opções sobre o Índice Bovespa.

Aqui, os investidores dosam o clima positivo após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que veio com um tom menos conservador, segundo analistas, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do esperado, informados ontem, e da pesquisa de serviços, que saiu hoje.

Enquanto a ata do Copom e o IPCA abriram espaço para apostas de corte da Selic em janeiro, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) traz parcimônia. Isso porque o volume de serviços prestados cresceu 0,6% em setembro, ficando acima da mediana de 0,4% das projeções. Na comparação com setembro de 2024, houve avanço de 4,1% em setembro, já descontado o efeito da inflação, superando a mediana das estimativas, que era de 3,6%.

Para Carlos Lopes, economista do Banco BV, o resultado da PMS no geral é positivo. Segundo ele, o setor vem mantendo ritmo de crescimento elevado, na contramão dos demais segmentos da atividade econômica, o que tende a elevar a cautela do Banco Central sobre a política monetária.

Agora, o mercado acompanha a entrevista de Galípolo, sobre Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta manhã. Dentre as afirmações feitas até o momento, disse que "vamos continuar fazendo o que for necessário para perseguir a meta de inflação".

Entre os balanços, a B3 registrou lucro líquido de R$ 1,246 bilhão no terceiro trimestre, alta de 3,5% ante igual período de 2024 e queda de 6% frente ao segundo trimestre. Na última semana da temporada de balanços do terceiro trimestre, nesta quarta-feira, o destaque será para os números do Banco do Brasil, que serão divulgados após o fechamento do mercado.

Ainda fica no radar a Pesquisa Genial/Quaest, mostrando que a desaprovação ao governo do presidente Lula oscilou de 49% para 50%, enquanto a aprovação oscilou de 48% para 47%, primeira queda desde maio. Em outubro, a aprovação era de 48% e a desaprovação, de 49%.

No exterior, investidores aguardam discursos de uma série de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o possível fim da paralisação do governo Trump.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta pela 15ª sessão seguida, se igualando à série de maio a junho de 1994. O principal indicador da B3 encerrou com valorização de 1,60%, aos 157.748,60 pontos, após testar o nível dos 158 mil pontos pela primeira vez da história.

Para o Itaú BBA, o Índice Bovespa segue em tendência de alta no curto prazo e tem como próximo objetivo a região dos 165 mil pontos.

Às 11h12 desta quarta-feira, o Ibovespa caía 0,06%, aos 157.660,20 pontos, ante mínima a 157.495,32 pontos (-0,16%), depois de subir 0,24%, na máxima aos 158.133,83 pontos.